"A área da energia tem sido uma área que tem canalizado forte investimento na Sonae Capital e tem de continuar a ser, porque continuamos a ver espaço no mercado, seja no nacional, mas sobretudo em outras geografias", disse Miguel Gil Mata que, quando questionado sobre países em estudo, revelou que a Sonae Capital "já tem presença e escritórios no México".
"É um país com uma base industrial fortíssima e condições favoráveis de disponibilidade de combustível e simultaneamente alguma imaturidade da rede elétrica, o que aconselha investimento em ativos descentralizados", disse o líder da Sonae Capital, uma das empresas do grupo fundado por Belmiro de Azevedo.
Miguel Gil Mata, que assumiu em julho o cargo de presidente executivo da Sonae Capital, após a renúncia de Cláudia Azevedo, filha do fundador, que assumiu a liderança da Sonae SGPS, falava à agência Lusa à margem de um jantar que decorreu numa unidade hoteleira do grupo localizada no Porto.
A data na qual a Sonae Capital poderá efetivar a aposta no México não foi avançada pelo responsável, que considerou "especulativo" apontar um horizonte, mas descreveu que o projeto é centrado em centrais de cogeração.
Já em Portugal, e ainda no que diz respeito ao segmento da Sonae Capital dedicado à energia, Miguel Gil Mata falou da nova central de biomassa que está a ser construída em Mangualde, distrito de Viseu, estimando que fique pronta no final de 2019 ou início de 2020.
"É uma central de grande envergadura. Estará a meio da fase de construção. A energia térmica servirá a fábrica [unidade fabril do grupo Sonae instalada neste concelho, a Sonae Arauco] e a energia elétrica visa a rede", disse o presidente executivo a propósito deste investimento superior a 50 milhões de euros.
Além da área da energia, a Sonae Capital tem negócios em áreas como hotelaria, ‘fitness’, imobiliário e indústria.
Miguel Gil Mata apontou que "uma das características da Sonae Capital é o foco no longo prazo" na procura de atividades "com ciclos maduros".
Convidado a dar nota das prioridades da empresa, o presidente executivo evitou "graduar atividades" desde logo porque as apostas "têm muito a ver com o aspeto oportunístico", justificou.
"O mercado do turismo está muito vivo, mas também tem muita inflação em termos de preços de ativos e, portanto, não é tão fácil adquirir novos ativos (…). Há neste momento mais probabilidade na área da energia pela natureza dos investimentos do que na área do turismo", referiu.
Confrontado com o facto de o setor do turismo estar a passar um bom momento, Miguel Gil Mata frisou que "às vezes os momentos de alta dificultam a entrada porque os ativos estão inflacionados".
"Continuamos a perseguir diversas oportunidades [na área da hotelaria], mas temos de ser criteriosos na aplicação de fundos. Às vezes os melhores momentos para entrar não são os de alta. Mas não se leia isto como falta de atenção. É mais falta de oportunidades desafiantes", concluiu.
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