O maestro de 55 anos, que tem sido convidado para dirigir a orquestra desde 2012, sucede a outro suíço, Baldur Brönnimann, que ocupava o cargo desde 2015.
“A escolha de Blunier resulta do excelente trabalho que tem desenvolvido com a orquestra, na qualidade de maestro convidado, desde 2012″, lê-se em comunicado da Casa da Música.
O diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, destacou, também em comunicado, a “óbvia empatia com os músicos e com o próprio projeto artístico da Casa” desde as primeiras colaborações.
“Ao longo dos últimos anos, intensificou a sua colaboração com a Orquestra Sinfónica, tendo revelado as suas extraordinárias capacidades musicais e o seu à vontade em repertórios muito variados, desde os clássicos aos românticos, passando por excelentes prestações nas mais exigentes obras contemporâneas”, acrescentou.
António Jorge Pacheco deixou ainda uma palavra para Brönnimann, cujo mandato termina no final do ano, e que teve “um papel determinante no desenvolvimento artístico da orquestra”, seguindo-se agora uma “escolha óbvia, quer para a direção artística quer para os próprios músicos”.
O novo diretor musical da Sinfónica explicou, citado pela Casa da Música, que as colaborações anteriores com os músicos que integram o agrupamento deixaram-no “impressionado não apenas pelas qualidades, mas principalmente pela motivação e entusiasmo com que tocam”.
“Estou convencido de que juntos alcançaremos muito. Para além dos músicos, a equipa que trabalha ‘nos bastidores’, liderada por António Jorge Pacheco, é também um excelente parceiro na concretização de uma programação já enriquecedora e inovadora”, reforçou.
O maestro natural de Berna afirmou ainda ver esta como uma “nova jornada emocionante” que será vivida “numa cidade tão única e maravilhosa”, no que será o terceiro cargo de diretor principal de um grupo, o primeiro após ter sido diretor geral de música em Bona, entre 2008 e 2016.
Ali, assumiu a batuta da Orquestra Beethoven de Bona e da Ópera de Bona, levando o grupo a várias digressões internacionais, da China aos Estados Unidos, e a um trabalho discográfico que mereceu vários prémios, tanto com a ópera como em gravações de Respighi, Schoenberg, Franz Schmidt, Bruckner ou Beethoven, com a sinfónica.
Nascido em 1964, Blunier estudou piano, trompa, composição e direção de orquestra em Berna e na Escola Superior Folkwang, em Essen, cidade alemã em que fundou o Ensemble para Nova Música, antes de se tornar diretor musical e maestro titular em Darmstadt, cargo que ocupou entre 2001 e 2008.
Antes, já tinha sido maestro associado em Mannheim, numa carreira marcada por vários trabalhos aclamados enquanto maestro convidado ao longo das últimas duas décadas.
Como maestro convidado, trabalhou com grande parte das sinfónicas alemãs, mas também a Sinfónica da BBC Escócia, a Sinfónica da Irlanda, vários grupos japoneses, de Osaka a Tóquio ou a Orquestra da Rádio Norueguesa.
No campo da ópera, trabalhou nas principais cidades alemãs, de Berlim a Leipzig, Estugarda, Munique ou Hamburgo, mas também Oslo, Londres ou Montpellier, mantendo um interesse em reportório do final do século XIX e início do século XX.
Ainda assim, tem trabalhado também obras contemporâneas e chefiou, por exemplo, a estreia alemã de “L’amour de loin”, ópera de 2000 da finlandesa Kaija Saariaho, então durante o período tutelar em Darmstadt.
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