Teresa Marques respondia assim a uma pergunta da defesa da estação de televisão SIC quanto ao eventual dano que o programa pudesse ter causado nas crianças em causa.
"O risco relativo à exposição das crianças é um risco que está equilibrado com a oportunidade de melhorar a vida das pessoas e é isso que quero valorizar. O risco não se transformou num dano, neste momento passados dois meses o que me interessa é que as crianças estão bem, as famílias estão bem", disse.
Numa outra audiência, outros psicólogos, testemunhas do Ministério Público, entre os quais Eduardo Sá, afirmaram que a exposição das crianças no programa criava um estigma para o seu futuro.
Também a Ordem dos Psicólogos referiu a 26 de janeiro e após a emissão do programa que a exposição de crianças e jovens em programas com o formato ‘reality show’ pode ter consequências negativas, que “podem advir da exposição mediática”.
A questão de ser ou não uma reality show está também em discussão neste julgamento, com algumas testemunhas a defenderem que tem esse formato e outras, arroladas pela defesa da SIC e da produtor Warner Bros, a apontarem que se trata de um documentário.
A terceira sessão do julgamento da "ação especial de tutela da personalidade" interposta pelo Ministério Público, em representação de crianças e jovens participantes no programa, decorreu hoje no tribunal Judicial de Oeiras.
O programa ‘SuperNanny’, entretanto suspenso provisoriamente, ficou envolto em polémica logo após a transmissão do primeiro episódio, emitido pela SIC no dia 14 de janeiro.
No dia seguinte, a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens tomou uma posição contra o programa por considerar que existe um "elevado risco" de este "violar os direitos das crianças, designadamente o direito à sua imagem, à reserva da sua vida privada e à sua intimidade".
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