Mais de 18 milhões de euros, provenientes do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, vão capitalizar o fundo de investimentos a realizar na capital num espaço de três anos. Entre os projetos abrangidos pelo fundo - orçamentado num total de 33,7 milhões de euros, dos quais 15,5 milhões de euros serão pagos por outras entidades - estão a conclusão da requalificação do Palácio Nacional da Ajuda, a criação do Museu Judaico de Lisboa em Alfama, do Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril e do terminal de atividade marítimo-turística na antiga estação fluvial Sul e Sueste, e a concretização do programa municipal Lojas com História.
A criação do Polo Descobrir, um novo espaço dedicado aos Descobrimentos portugueses e que, ao contrário do inicialmente previsto, não vai ser na Avenida Ribeira das Naus (por discordância da Direção-Geral do Património Cultural), mas noutra localização ainda não anunciada, vai ser também abrangido pelo fundo.
"Os projetos que hoje aqui apresentamos são projetos de enorme significado para a cidade de Lisboa, de enorme capacidade de reforço da nossa atratividade, mas, acima de tudo, da nossa qualidade de vida e da nossa valorização enquanto cidade", considerou o presidente da Câmara de Lisboa.
Fernando Medina, que falava na cerimónia de apresentação da estratégia e dos projetos abrangidos pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, na sede da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) - outra das entidades envolvidas no fundo -, vincou que tais iniciativas não são "para o turismo", mas antes "para a cidade".
Prevê-se também, em 2017, a realização de um estudo para criação dos núcleos museológicos dos Descobrimentos, a dinamização do Museu do Azulejo, a modernização e melhoria da sinalização turística, a colocação de videovigilância em locais de turismo, o reforço da animação do eixo central da cidade (entre a Avenida da Liberdade e o Campo Pequeno) e a reavaliação da instalação de um novo centro de grandes congressos.
Aprovada em 2014, a Taxa Municipal Turística começou a ser aplicada em janeiro sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras e de alojamento local, sendo cobrado um euro por noite até um máximo de sete euros.
Hoje, Fernando Medina recordou que "há pouco mais de um ano a cidade debatia, de forma animada, a questão da famosa taxa turística", em que "muitos acenavam com o risco e com o medo de que a introdução destas medidas pudesse matar a galinha dos ovos de ouro".
Segundo dados enviados à agência Lusa, a cobrança entre janeiro e julho rendeu à Câmara Municipal sete milhões de euros, valor que já se equipara à receita prevista para todo o ano.
No orçamento para este ano, a autarquia apontava uma estimativa de receita de 15,7 milhões de euros, sendo metade do valor respeitante às dormidas. O restante deveria ser conseguido na aplicação da taxa nas chegadas por via aérea e marítima, mas ainda não foi anunciado como.
Comentários