“Realizaram-se hoje as eleições para a presidência do Grupo Parlamentar do CDS-PP. Telmo Correia foi eleito por unanimidade para um novo mandato”, lê-se numa nota enviada pelo partido à comunicação social.
A curta nota refere igualmente que “Telmo Correia remete para momento posterior uma declaração sobre o próximo mandato”.
Na quarta-feira, o deputado anunciou a sua recandidatura à liderança do Grupo Parlamentar do CDS-PP (composto por cinco deputados), justificando estar a "corresponder ao apelo" aos restantes parlamentares centristas.
Numa nota enviada à agência Lusa, o democrata-cristão referiu que auscultou os restantes quatro deputados do CDS-PP e ficou "com a convicção que é vontade de todos e de cada um" que "continue a liderar este grupo parlamentar", pelo que entendeu "por bem corresponder ao seu apelo".
Telmo Correia justificou que, "tendo em atenção a exigência do momento em função das circunstâncias do trabalho parlamentar numa situação de pandemia, com um grupo parlamentar de apenas cinco deputados e com uma necessidade de articulação com os outros órgãos do partido, e em particular com a sua direção, estas circunstâncias exigiam que esta escolha e decisão fosse alvo de uma séria e profunda reflexão por parte do grupo parlamentar".
"Se 'cada homem é ele próprio e a sua circunstância', estou convicto que a nossa obrigação perante estas circunstâncias é de superá-las, criando oportunidades", nomeadamente "oportunidades de afirmação do Grupo Parlamentar e do CDS, com mais trabalho, respeito institucional, mas também inovando", defendeu o deputado na altura, indicando que "sobre este último aspeto" diria "mais qualquer coisa após a eleição".
Na nota, o centrista destacou ainda que os deputados do CDS-PP têm feito "um trabalho assinalável", que deve ser "motivo de orgulho" para o partido "no seu todo".
Há duas semanas, Telmo Correia anunciou a convocação de eleições para a escolha de um novo presidente do grupo parlamentar e disse que essa marcação "estava prevista" no seu entendimento pelo facto de o mandato "ser anual", uma vez que o regulamento parlamentar do CDS prevê um mandato por sessão legislativa.
O deputado foi eleito líder da bancada centrista em 18 de fevereiro do ano passado, por unanimidade, sucedendo a Cecília Meireles que, depois do congresso que elegeu Francisco Rodrigues dos Santos como presidente do CDS-PP, manifestou vontade de deixar o cargo que ocupava desde as legislativas de 2019.
A relação entre os cinco deputados e a atual direção do partido tem sido atribulada, e no Conselho Nacional de 06 de fevereiro, para discussão de uma moção de confiança à liderança do partido (que foi aprovada), os deputados defenderam a realização de um congresso antecipado.
No final de fevereiro, o presidente do CDS-PP disse estar disponível para trabalhar com o próximo líder parlamentar do partido, "qualquer" que fosse a escolha dos deputados, e considerou que as relações entre a direção e a bancada "estão ótimas".
No dia anterior, Francisco Rodrigues dos Santos tinha estado reunido com os deputados no parlamento, o primeiro encontro desde esse Conselho Nacional, e à saída disse apenas que "correu bem". Os deputados não prestaram declarações.
De acordo com fontes centristas contactadas pela Lusa na altura, a "reunião foi tensa" e "não foi produtiva, não adiantou nada".
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