O furacão "Leslie" passou por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, no fim de semana de 13 e 14 de outubro de 2018, tendo provocado 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.

O "Leslie" atingiu sobretudo a região Centro, onde provocou prejuízos superiores a 120 milhões de euros.

Na sequência desta tempestade, o Ministério da Economia abriu em novembro de 2018 uma linha de crédito de 10 milhões de euros para as empresas afetadas poderem recuperar instalações e equipamentos.

Na altura, o Governo explicou que esta medida era complementar a um conjunto de medidas de apoio e que o montante de financiamento não poderia ultrapassar um milhão de euros por empresa e que teria como limites “80% do valor dos danos sofridos ou 90% do valor, quando deduzido de indemnizações de seguros ou de outras doações ou compensações recebidas para cobrir os danos causados”.

Um ano depois, em resposta à Lusa, o gabinete do ministro Adjunto e da Economia indica que foram aprovadas sete operações, de um total de oito, num montante total de 391 mil euros.

As empresas que recorreram à linha de crédito são do setor agrícola (três), comércio (uma), turismo (uma) e pescas (uma), acrescentou a tutela, sem adiantar mais pormenores.

Entretanto, em janeiro deste ano, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) anunciou que as seguradoras já pagaram mais de 60 milhões de euros relativos a danos causados pelo "Leslie".

Em comunicado, a APS referiu que, de acordo com um inquérito desenvolvido com as empresas de seguro associadas, “registaram-se mais de 38.000 sinistros cobertos por apólices de seguros, a que corresponde um valor agregado de danos de 101 milhões de euros, dos quais mais de 60 milhões já se encontram efetivamente pagos”.

“Relativamente aos sinistros participados, a maioria diz respeito a seguros de habitações (mais de 31 mil sinistros), seguidos dos seguros de estabelecimentos comerciais e industriais (cerca de 3.800 sinistros)”, adiantou a APS.

De acordo com a associação, o volume de indemnizações pelos danos nos estabelecimentos comerciais e industriais atinge os 46 milhões de euros, enquanto o das habitações chega aos 45 milhões de euros.

A APS informou ainda, na altura, que as cerca de 2.500 participações por danos em veículos correspondem a 4,3 milhões de indemnizações.

No âmbito da passagem do furacão "Leslie", a Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

O distrito mais afetado foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Emergência Proteção Civil.

Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu cerca de 176 quilómetros por hora no dia 13, o valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).