A representar Portugal neste fórum esteve o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Na declaração final do encontro, os ministros criticaram, em termos fortes, a recente decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de transferir a embaixada norte-americana, atualmente instalada em Telavive.
“Os ministros lamentam fortemente a decisão da administração norte-americana em relação a Jerusalém, que contradiz as resoluções pertinentes das Nações Unidas, e apelam ao respeito destas últimas pelo interesse da paz e da segurança internacional", declararam os ministros presentes neste fórum, que junta cinco estados-membros da União Europeia (UE) do sul da Europa e cinco países do norte de África.
A decisão de Washington “pode aumentar as tensões dentro dos territórios palestinianos ocupados e prejudicar seriamente as oportunidades para relançar o processo de paz apoiado pela comunidade internacional", acrescentaram os representantes.
A par da questão palestiniana, a instabilidade na Líbia e a guerra na Síria foram outros dos grandes temas em cima da mesa deste fórum, em que foram igualmente discutidas fórmulas e projetos para combater a retórica ‘jihadista’ e a possível reintegração daqueles que foram seduzidos pelo discurso extremista.
Neste sentido, os ministros do grupo “Diálogo 5+5” introduziram um parágrafo na declaração final em que “incentivam o intercâmbio de experiências no campo da prevenção da radicalização e da luta contra o extremismo violento e o terrorismo".
Os ministros abordaram a imigração irregular e as áreas do emprego jovem e do desenvolvimento económico e social inclusivo e sustentado, matérias que, na opinião de todos, são o caminho apropriado para derrotar o discurso ‘jihadista’.
O “Diálogo 5+5” é um fórum do qual fazem parte vários países da área alargada do Mediterrâneo Ocidental: Espanha, França, Itália, Malta, Portugal, Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia.
O grupo foi instituído em julho de 1990, com o objetivo de reforçar o diálogo político e a cooperação em áreas de interesse comum entre os países da bacia ocidental do Mediterrâneo e promover o desenvolvimento económico do Magrebe.
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