Isabel Barbosa, da direção regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) de Lisboa, disse à Lusa que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “precisa de investimento e dar condições de trabalho aos trabalhadores”.
“Temos um pedido de reunião [com o Ministério da Saúde] e um dos pontos é exatamente esta adesão ao acordo coletivo de trabalho destes hospitais (…), porque, neste momento, estão a ser oferecidos contratos nestes hospitais com o salário base de qualquer outra instituição a trabalhar 40 horas”, observou.
Segundo Isabel Barbosa, além da contratação de profissionais, são exigidas 35 horas de trabalho semanal, bem como igualdade de direitos.
“Se nas outras instituições trabalham com 35 horas, [nestas] é muito difícil captar (profissionais) e está a ver-se muita carência de profissionais e esta também é uma forma de os atrair, é uma forma de promover e defender o serviço público, com a importância do Serviço Nacional de Saúde”, salientou.
“É preciso investir. O Serviço Nacional de Saúde é o garante do acesso da população à saúde e isso tem ficado evidente — deu uma excelente resposta na altura da pandemia — mas neste momento precisa de investimento e desde logo dar condições de trabalho aos trabalhadores”, disse Isabel Barbosa.
Também o coordenador da Frente Comum de sindicatos, Sebastião Santana, disse que a greve dos profissionais de saúde daqueles três hospitais do distrito de Lisboa “é o reflexo do acumular de lutas que se vivem no país”.
“Alguns [hospitais] estão à espera da aplicação de um contrato coletivo de trabalho que o ministério teima em não assinar, pondo em pé de igualdade estes trabalhadores, a par da necessidade de reforço dos serviços de saúde em todo lado”, realçou, dizendo que há hospitais que “têm vindo a adiar a assinatura há anos”.
De acordo com Sebastião Santana, o Governo tem vindo a “fazer orelhas moucas” às reivindicações dos trabalhadores.
“Estamos a apelar ao senhor ministro que olhe para este caso concreto e olhe para o SNS que precisa de ser reforçado”, concluiu.
A manifestação dos profissionais de saúde está enquadrada no dia nacional de protesto, promovido pela CGTP, com greves e manifestações em vários pontos do país, pelo aumento dos salários e das pensões, contra a subida do custo de vida e para reivindicar emprego com direitos.
Estão previstas manifestações em várias cidades do país, entre elas, Lisboa, Porto, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Setúbal, Santarém, Portalegre, Viseu, Vila Real e Funchal.
A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, afirmou na terça-feira que a adesão ao dia nacional de protesto tem crescido diariamente e avisou que este não é o fim da viagem na luta dos trabalhadores.
Este dia de luta abrange público e privado, estando previstas greves em vários serviços públicos e em vários setores da economia, como serviços ou indústria, apontou a dirigente sindical.
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