A primeira manifestação dos trabalhadores, que pedem o prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz decorre à porta do complexo nuclear espanhol, após uma decisão tomada recentemente numa assembleia que decorreu em Navalmoral de la Mata (Cáceres), e que juntou cerca de 200 trabalhadores da central nuclear espanhola, sendo que ficou definido realizar todas as terças e quintas-feiras, ações pelo prolongamento do funcionamento de Almaraz.
Os protestos vão prolongar-se até ao dia 31 de março, data que coincide com o prazo máximo que as empresas proprietárias da central nuclear de Alamaraz (Endesa, Iberdrola e Naturgy) têm para pedir, se assim o entenderem, um prolongamento da sua atividade.
Os trabalhadores definiram ainda, juntamente com a plataforma “Vida”, realizar uma manifestação no dia 11 de março, pelas 08:00 locais, entre as instalações da central nuclear e o município de Almaraz.
Portugal chegou a apresentar uma queixa em Bruxelas contra Espanha depois de os Governos dos dois países não terem conseguido chegar, no final de dezembro de 2016, a acordo sobre a construção de um aterro nuclear na central de Almaraz.
A queixa acabou por ser retirada depois de um acordo patrocinado pelo executivo comunitário que previa a realização de um estudo de impacto ambiental transfronteiriço, em que o grupo de trabalho criado pelo Governo português considerou o projeto “seguro e adequado”.
A central de Almaraz está situada junto ao rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo depois de o rio entrar em Portugal.
Em operação desde 1981 (operação comercial desde 1983), a central está implantada numa zona de risco sísmico e apenas a 110 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa.
Recentemente, o governo espanhol voltou a adiar o encerramento da central de Almaraz, desta vez diferindo a desativação dos dois reatores para 2027 e 2028, ou seja, por mais oito anos do que o inicialmente previsto.
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