"Faleceu neste domingo às 10 da manhã a terceira vítima do ataque", disse à AFP María Rachid, representante da organização, quase uma semana após o ocorrido, considerado um crime de ódio pelos ativistas.
Na madrugada de segunda-feira, um homem de 62 anos incendiou o quarto de uma pensão na capital argentina onde moravam as quatro mulheres, ao lançar um explosivo.
Uma das vítimas morreu na terça-feira, outra na quarta e uma terceira neste domingo devido às queimaduras. A quarta, que teve ferimentos mais leves, "está a recuperar e tem um bom prognóstico", indicou Rachid.
O agressor foi detido e está internado depois de se autolesionar.
Na sexta-feira, foi realizada uma manifestação perto do Congresso argentino para pedir justiça pelo ataque. Dois dias antes, cerca de cem pessoas reuniram-se em frente à pensão e acenderam velas numa vigília improvisada.
Opositores, organizações de direitos humanos e ativistas da comunidade LGBTQIA+ acusam o governo de Javier Milei de promover um discurso de ódio que vai das redes sociais para as ruas.
O ataque foi classificado como um crime de ódio pelo Ministério da Mulher da Província de Buenos Aires e pela Federação Argentina LGBT+.
"Este crime de ódio não é um facto isolado e enquadra-se nos discursos que são repetidos irresponsavelmente pelo governo nacional", escreveu o ministério da província, governada pelo opositor Axel Kicillof.
Desde que assumiu o poder em dezembro, Milei fechou o Ministério das Mulheres, o Instituto Nacional contra a Discriminação e proibiu a linguagem inclusiva em todas as comunicações da administração pública. Além disso, classificou o feminismo como "uma luta ridícula e antinatural entre o homem e a mulher".
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