O antigo secretário-geral da campanha de Trump, Paul Manafort, e o seu adjunto, Rick Gates, foram hoje indiciados por vários crimes de lavagem de dinheiro e outro de conspiração contra os Estados Unidos. O despacho de acusação informa que a lavagem de dinheiro ocorreu “pelo menos ao longo de 2016″.
Trump reagiu, como tem vindo a ser habitual, através da rede social Twitter: “Lamento, mas isto aconteceu há anos, antes de Paul Manafort fazer parte da campanha Trump. Por que razão o foco não está na Hillary Desonesta e nos Democratas?????”.
O presidente norte-americano acrescentou depois: “Mais, não há CONLUIO!”
Estas acusações contra Manafort e Rick Gates são as primeiras a sair da investigação que o Procurador Especial Robert Mueller está a conduzir às alegadas ligações e conluio entre o governo da Rússia e a campanha presidencial de Trump em 2016.
A Casa Branca, por seu lado, indicou que o presidente Trump não tem “qualquer intenção” de pôr em causa Robert Mueller.
“Não tem qualquer intenção ou projeto de fazer substituições no que diz respeito ao Procurador Especial”, declarou Sarah Huckabee-Sanders, porta-voz do executivo norte-americano.
Manafort e Gates foram hoje indiciados por 12 crimes de natureza financeira.
De acordo com a acusação, citada pela agência noticiosa Associated Press, os crimes incluem conspiração contra os Estados Unidos, lavagem de dinheiro, bem como várias acusações relacionadas com a não declaração de contas bancárias no estrangeiro.
Os dois homens movimentaram dinheiro através de contas bancárias escondidas no Chipre, São Vicente e Granadinas e ainda em Seychelles.
No total, mais de 75 milhões de dólares foram movimentados nessas contas ‘offshore’.
Segundo a acusação, Paul Manafort é acusado da lavagem de mais de 18 milhões de dólares.
Estas são as primeiras acusações decorrentes da investigação do procurador especial Robert Mueller no âmbito da investigação à interferência russa na campanha para as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.
Um outro ex-membro da equipa da campanha de Trump, George Papadopoulos, foi acusado e declarou-se culpado, já no início de outubro, por mentir a investigadores do FBI.
Papadopoulos estava encarregado de questões de política externa e as suas declarações falsas “impediram a investigação em curso do FBI”, sublinha um documento assinado pelo procurador Robert Muller, citado pela agência noticiosa France-Presse.
Paul Manafort e Rick Gates entregaram-se esta manhã e deverão ser, no final do dia de hoje, presentes a tribunal para serem formalmente acusados.
O ex-diretor da campanha eleitoral de Donald Trump esteve em funções até se demitir, em agosto de 2016, nomeadamente na sequência da divulgação de ligações com oligarcas ucranianos pró-russos.
Robert Muller foi nomeado como procurador especial em maio para liderar a investigação do Departamento de Justiça sobre se o Kremlin trabalhou com associados à campanha de Trump durante as eleições presidenciais de 2016.
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