No final de uma reunião com o ministro da Saúde, os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, André Martins, de Sesimbra, Francisco de Jesus, e de Palmela, Álvaro Amaro, disseram aos jornalistas a proposta da equipa de Manuel Pizarro para evitar maiores constrangimentos devido à falta de pessoal.
O objetivo é evitar os sucessivos encerramentos temporários das urgências e de algumas valências, situação que ainda hoje, durante a reunião no Ministério da Saúde, voltou a afetar o Hospital São Bernardo, em Setúbal, onde o serviço de urgência geral estava com condicionantes.
André Martins indicou que, para já, e até que seja feita uma avaliação com a tutela no final de janeiro do próximo ano, “o Hospital de Almada ficará sempre aberto e o de Setúbal e do Barreiro encerrarão em função das condições, aos fins de semana e no Natal e no Ano Novo”.
“Mais uma vez afirmámos [ao ministro da Saúde] que, do nosso ponto de vista, não se trata de resolver alguns problemas ou pontualmente resolver problemas, porque existem problemas de fundo que é importante resolver e serem considerados”, acrescentou o autarca.
A equipa ministerial demonstrou conhecer a situação e manifestou disponibilidade para, em conjunto com as câmaras municipais, acompanhar a gestão articulada entre os três hospitais, cujos horários terão de ser comunicados à população para que esta saiba onde e quando ir.
“É uma medida de emergência”, frisou, acrescentando: “O Centro Hospitalar de Setúbal precisa de uma medida de fundo”.
Segundo Francisco Jesus, “há a salientar a disponibilidade do ministro, o conhecimento sobre a matéria e a disponibilidade para trabalhar connosco. Vai reunir connosco em Setúbal, vai conhecer o hospital, há garantias de que alguns investimentos programados poderem se realizar, entendemos que a equipa ministerial tem conhecimento dos problemas com recursos humanos”.
Sobre a questão da pediatria do Hospital de Setúbal, que esteve encerrada devido à falta de médicos, o autarca disse que, “com certeza que se vai resolver, com recurso a mais médicos tarefeiros, que não vão compor a equipa do São Bernardo, que não garantem uma escala com eficiência, com regularidade, mais uma vez. Depende sempre da disponibilidade de médicos tarefeiros para conseguir ter essa escala a funcionar”.
Álvaro Amaro, por seu lado, disse que na reunião de hoje foi anunciado que “haverá medidas tendo em vista autonomizar e possibilitar as administrações hospitalares de contratarem com mais flexibilidade e mais possibilidade descentralizada.
“Temos de avaliar isto nas próximas semanas e perceber que passos estão a ser dados para medidas estruturantes e de fundo”, disse.
Os três autarcas reconhecem que a medida temporária não irá evitar novos encerramentos e que a contratação de tarefeiros se irá manter, face à falta de médicos no quadro.
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