As novas regras de armazenamento podem facilitar significativamente a distribuição da vacina contra o novo coronavírus.
As duas empresas apresentaram hoje dados à Food and Drug Administration (FDA), entidade nos Estados Unidos responsável pelo controlo e supervisão do processo, nos quais "demonstram a estabilidade da vacina" quando armazenada entre -25 e -15 graus, a temperatura dos congeladores médicos comuns.
Para esta vacina, uma das três utilizadas na União Europeia, o transporte e armazenamento são atualmente preparados para manter temperaturas de congelação entre -80 e -60 graus, exigindo a utilização de recipientes especializados, o principal obstáculo logístico na distribuição do produto.
As novas regras de armazenamento "poderão facilitar a gestão da nossa vacina nas farmácias e permitir uma maior flexibilidade nos centros de vacinação", comentou o diretor e cofundador da BioNTech, Ugur Sahin.
Enquanto o armazenamento a longo prazo (até seis meses) ainda terá de ser feito às mesmas temperaturas de congelação, a BioNTech e a Pfizer pedem à FDA que autorize o armazenamento durante duas semanas a -15 a -25 graus Celsius, o que permitirá manter a vacina num frigorífico normal, entre dois e oito graus Celsius, durante cinco dias.
Outra vacina com base na tecnologia ARNm, a da Moderna, já pode ser armazenada durante seis meses a 20 graus Celsius negativos e permanecer estável num frigorífico convencional durante 30 dias.
A BioNTech e a Pfizer estão também a trabalhar em novas fórmulas que podem tornar a vacina “ainda mais fácil de transportar e utilizar", acrescentou Sahin.
Os dois laboratórios anunciaram na quinta-feira o lançamento de um estudo para determinar a eficácia e segurança da vacina em mulheres grávidas saudáveis, grupo excluído do primeiro grande ensaio clínico.
O ensaio irá envolver 4.000 pessoas nos Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil, Chile, Moçambique, África do Sul, Reino Unido e Espanha.
A BionTech e a Pfizer também tencionam avançar "nos próximos meses" com um estudo sobre crianças dos 5 aos 11 anos.
Os dados do estudo clínico anterior em crianças dos 12 aos 15 anos serão submetidos às autoridades no segundo trimestre deste ano.
Um estudo israelita publicado hoje conclui que a primeira dose da vacina germano-americana mostra uma taxa de eficácia de 85% duas a quatro semanas após a inoculação.
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