Cerca de 1,2 milhões de pessoas morreram e quase 11 milhões adoeceram com tuberculose em 2023, ano em que a doença destronou a covid-19 como a principal causa de morte.
De acordo com o relatório de 2024 da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a tuberculose hoje divulgado, apesar de o número estar a crescer desde 2020, a OMS conclui que o aumento global de pessoas que ficaram doentes com tuberculose, iniciado durante a pandemia da covid-19, começou a abrandar e estabilizar.
“No entanto, em 2023, a tuberculose voltou provavelmente a ser a principal causa de morte no mundo devido a um único agente infeccioso, após três anos em que foi substituída pela doença do coronavírus covid-19, e causou quase o dobro das mortes que o VIH/SIDA”, alerta o estudo.
Como se transmite?
A tuberculose é uma doença infecciosa que se transmite maioritariamente por via inalatória, ou seja, pela inalação de gotículas expelidas pela pessoa doente quando tosse, fala ou espirra.
Há só um tipo de tuberculose?
Não. Segundo informação do SNS 24, existem três:
- tuberculose pulmonar: o pulmão é o principal órgão atingido pela doença;
- tuberculose extrapulmonar: podem ser atingidos vários órgãos, entre eles os gânglios linfáticos, pleura, meninges, pericárdio, ossos, rins, fígado, intestinos e a pele;
- tuberculose disseminada: atinge a circulação sanguínea, pelo que todo o organismo pode ser atingido
Quais são os principais sintomas?
No geral, a tuberculosa traz tosse persistente há mais de duas a três semanas, cansaço, emagrecimento, suores noturnos e aumento da temperatura corporal ao final do dia.
No caso da tuberculose pulmonar pode ainda haver fraqueza e a tosse tem frequentemente expetoração amarelada ou esverdeada e que pode conter sangue.
Por sua vez, a tuberculose extrapulmonar pode apresentar queixas muito variadas, dependentes do órgão atingido.
Como prevenir o contágio?
O contágio pode ser evitado através de regras que se tornaram habituais com a pandemia da covid-19:
- Fazer o rastreio se houver contacto com um doente;
- Usar máscara no contacto com um doente;
- Garantir distanciamento físico em espaço arejado e exposto à luz solar.
A prevenção passa também pela vacina: a única licenciada é feita a partir do bacilo de Calmette-Guérin (BCG), uma forma enfraquecida da bactéria que causa a doença, e foi desenvolvida há quase 100 anos, permitindo prevenir formas graves de tuberculose em crianças.
Atualmente não existe nenhuma vacina licenciada que seja eficaz na prevenção da tuberculose em adultos, mas estão em ensaios avançados diversas novas vacinas com “resultados promissores”, adianta a OMS.
Quem é mais afetado por esta doença?
Em 2023, cinco países representaram 56% do total mundial de casos: Índia (26%), Indonésia (10%), China (6,8%), Filipinas (6,8%) e Paquistão (6,3%) e que 55% das pessoas que desenvolveram tuberculose eram homens, 33% mulheres e 12% crianças e adolescentes.
Já por regiões, a maioria das pessoas que desenvolveram a doença em 2023 encontrava-se no Sudeste Asiático (45%), em África (24%) e no Pacífico Ocidental (17%) e com menores percentagens no Mediterrâneo Oriental (8,6%), nas Américas (3,2%) e na Europa (2,1%).
Há tratamento?
O tratamento da tuberculose "é feito através da administração, por via oral, de medicamentos (antibacilares de primeira linha), fornecidos gratuitamente nos Centros de Diagnóstico Pneumológico, unidades de saúde diferenciadas na área da tuberculose", explica o SNS 24.
A duração mínima do tratamento são seis meses e a máxima pode atingir os 24 meses — mas tudo depende da avaliação do médico.
Sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose é elevada, rondando os 50%, mas com as terapêuticas atualmente recomendadas pela OMS cerca de 85% das pessoas com tuberculose podem ser curadas.
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