Num relatório hoje aprovado na sessão plenária que decorre na cidade francesa de Estrasburgo – por 615 votos a favor, 24 contra e 48 abstenções – os eurodeputados emitem recomendações para aumentar a segurança rodoviária na UE, visando atingir o objetivo de zero mortes nas estradas do espaço comunitário até 2050.
Em concreto, a assembleia europeia insta à adoção de medidas como uma velocidade máxima de 30 km/h em zonas residenciais e com um elevado número de ciclistas e peões, argumentando que o excesso de velocidade é um fator determinante em cerca de 30% dos acidentes rodoviários mortais.
Os eleitos pedem também um quadro que preveja tolerância zero para a condução sob o efeito do álcool, já que se estima que isso cause cerca de 25% do número total de vítimas mortais de acidentes rodoviários.
A assembleia europeia exorta ainda a investimentos em estradas e em infraestruturas mais seguras, com os Estados-membros a poderem criar fundos nacionais para a segurança rodoviária, e à introdução ao nível europeu de um requisito de equipar os dispositivos móveis e eletrónicos dos condutores com um “modo de condução seguro” para reduzir as distrações durante a condução.
Lamentando que o objetivo de reduzir para metade o número de mortes na estrada entre 2010 e 2020 não tenha sido cumprido, os eurodeputados defendem ações para inverter esta situação, numa altura em que cerca de 22.700 pessoas continuam a morrer anualmente nas estradas da UE e quando cerca de 120.000 ficam gravemente feridas.
Dados divulgados em abril passado pela Comissão Europeia revelam que o número de vítimas mortais nas estradas europeias diminuiu 36% na última década, ainda assim abaixo do objetivo de 50% fixado pela UE.
Só a Grécia (54%) ultrapassou o objetivo, seguida pela Croácia (44%), Espanha (44%), Portugal (43%), Itália (42%) e Eslovénia (42%), segundo as mesmas estatísticas.
Em 2020, as estradas da UE mais seguras continuaram a ser as da Suécia (18 vítimas mortais por um milhão de habitantes), enquanto a Roménia (85 mortes por um milhão de habitantes) registou a taxa mais elevada de mortes na estrada.
Nesse ano, a média da UE foi de 42 mortes por um milhão de habitantes, encontrando-se Portugal acima da média europeia, com 52 mortes por um milhão de habitantes.
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