Em declarações à agência Lusa, Ricardo Penarroias, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) que convocou a greve de tripulantes de TAP, afirmou que o voo não se efetuou "porque tenha havido falta de tripulantes", mas por qualquer outra razão ou "erro" atribuível à TAP, na medida que o voo não aparece na listagem de partidas do dia de hoje.
Segundo o mesmo responsável sindical, terá havido "um erro da TAP" em "não contactar" e "convocar" os tripulantes, eventualmente em resultado de alguma "desorganização".
A Lusa contactou um dos assessores da TAP para obter mais informações sobre o sucedido, mas até às 11:30 não havia explicações sobre o cancelamento do voo, nem sobre a eventual recolocação em outros voos dos passageiros que deveriam ter partido hoje de manhã rumo à Guiné-Bissau.
Os serviços mínimos para a greve dos tripulantes de cabine da TAP, marcada para hoje e sexta-feira, abrangem as regiões autónomas, os países lusófonos e zonas com emigrantes portugueses, segundo um acórdão publicado na segunda-feira.
Assim, de acordo com o documento, publicado no ‘site’ do Conselho Económico e Social, o Tribunal Arbitral decidiu que terão de ser assegurados três voos diários e ida e volta para os Açores, “sendo dois para Ponta Delgada e um para a Terceira” e “dois voos diários de ida e volta para a Região Autónoma da Madeira”.
No que diz respeito à restante operação, o acórdão definiu um voo de ida e volta em cada um dos dias da greve para: Angola, Brasil (São Paulo), França, Bélgica, Luxemburgo, Reino Unido, Alemanha e Suíça.
No documento estabelece-se ainda que terão de ser realizados um voo de ida em todo o período desta greve para a Guiné-Bissau, Moçambique e Cabo Verde.
Por fim terão se ser assegurados outro tipo de voos, como os militares, impostos por situações de segurança e emergência e do Estado.
Hoje, segundo o SNPVAC, a adesão à greve foi total, até cerca das 08:30, tendo apenas partido voos de serviços mínimos ou da Portugália.
A TAP já tinha cancelado 360 voos nos dois dias de greve e tinha também dado a possibilidade aos clientes de alterarem as marcações sem custos.
Questionado sobre possíveis negociações com a empresa, para evitar a marcação de mais dias de greve até 31 de janeiro, conforme anunciado já pelo sindicato, Ricardo Penarroias disse que ainda não houve qualquer contacto da TAP nesse sentido, mas reiterou a disponibilidade do sindicato para o diálogo.
“Nós estamos sempre disponíveis, mas para fazer reuniões para trazer uma mão cheia de nada ou andarmos mais uma vez em trocas de galhardetes posteriormente, não vale a pena. Nós esperamos pela administração, […] quando quiser peça para reunir connosco, nós estamos totalmente disponíveis”, disse o dirigente sindical, apontando que o que é preciso da parte da TAP “é uma posição proativa” para dialogar “de forma construtiva”.
Os tripulantes da TAP cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), por falta de acordo nas negociações do novo acordo de empresa.
Os tripulantes da TAP decidiram, na terça-feira, manter a greve e aprovaram também a marcação de pelo menos mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.
Na moção votada na assembleia-geral de associados, na terça-feira, o SNPVAC considera que “a TAP preferiu ‘pagar para ver’ os efeitos da greve, ao invés de repor aos tripulantes aquilo que unilateralmente lhes retirou”.
Por sua vez, a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse lamentar a decisão do sindicato, manifestando-se disponível para tentar encontrar soluções que evitem mais disrupções.
A TAP e os sindicatos encontram-se em negociações para a revisão do Acordo de Empresa (AE), no âmbito do plano de reestruturação.
A TAP propõe cortes nos salários e flexibilização de horários, entre outras medidas.
Descontentes, os tripulantes da TAP, em assembleia-geral de emergência do SNPVAC, em 03 de novembro, decidiram avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro, bem como “recusar liminarmente a proposta de novo acordo de empresa (AE)” apresentada pela companhia aérea, que consideram “absolutamente inaceitável e manifestamente redutora”.
Os tripulantes querem que o atual acordo de empresa seja o ponto de partida e base para qualquer negociação futura.
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