"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários a suspensão da negociação das ações da Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD, aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado", lê-se na nota do regulador.

Em causa está a intenção do clube da Luz de solicitar à CMVM a revogação da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo Benfica SGPS no final do ano passado sobre a Benfica SAD, devido à crise nos mercados provocada pela pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), noticiou na sexta-feira passada pelo Jornal Económico.

De acordo com a informação veiculada pelo JE, o Benfica vai invocar o artigo 128º do Código dos Valores Mobiliários que define que "em caso de alteração imprevisível e substancial das circunstâncias que, de modo cognoscível pelos destinatários, hajam fundado a decisão de lançamento da oferta, excedendo os riscos a esta inerentes, pode o oferente, em prazo razoável e mediante autorização da CMVM, modificar a oferta ou revogá-la".

A oferta, ao preço de cinco euros por ação, que incide sobre 28% do capital da SAD e foi lançada em 18 de novembro, implica um investimento na ordem dos 32 milhões de euros e, caso seja bem sucedida, pode reforçar a posição da Benfica SGPS para até 95% do capital da entidade que está cotada na bolsa de Lisboa.

O capital da Benfica SAD é composto por 23 milhões de ações, sendo 9,2 milhões de categoria A e 13,8 milhões de categoria B, e é sobre estas últimas que a OPA incide.

De acordo com o anúncio preliminar enviado ao mercado, a SLB SGPS detém 9,2 milhões ações de categoria A, correspondentes a 40% do capital social da SAD do Benfica, sendo ainda titular de 5,4 milhões de ações da categoria B, representativas de 23,6496% do capital da sociedade.