Diminuído por uma lesão do ombro (maio último, um acidente em prova nos Estados Unidos resultou em lesão que o obrigou a parar e condicionou o resto da época), o português de 20 anos, quinto classificado do 'ranking' mundial, somou apenas 15,05 pontos.
Nas duas primeiras rondas do circuito, Gustavo teve pontuações de 7,23 e 5,28. Para a fase dos 'tricks', o português apenas pontuou na última passagem com 2,00.
O japonês Horigome Yuto, com 37,18, foi ouro, o brasileiro Kelvin Hoefler prata, com 36,15, e o norte-americano Jagger Eaton bronze, com 35,35.
Antes, o 'skateboarder' do Pragal (Almada) tinha garantindo a qualificação para a final da prova de rua com uma pontuação de 32,66 na ronda preliminar, em que o francês Aurelien Giraud foi o melhor, com 35,88.
No Parque de desportos urbanos Ariake, onde o skate fez a sua estreia como modalidade oficial em Jogos Olímpicos, Gustavo Ribeiro assegurou o segundo diploma olímpico para Portugal, depois do conquistado no sábado pela judoca Catarina Costa, quinta na categoria de -48 kg.
Gustavo Ribeiro lamenta boicote do ombro ao sonho de medalha
O ‘skateboarder’ Gustavo Ribeiro lamentou o facto de o seu ombro não lhe ter permitido cumprir o sonho de conquistar uma medalha em Tóquio2020, assumindo que estava “confiante” num pódio na estreia da modalidade em Jogos Olímpicos.
“É óbvio que não [estou contente]. Sempre sonhei em trazer uma medalha, estava bastante confiante. Infelizmente, hoje não foi o meu dia. Outros virão. Agora é focar-me nos próximos campeonatos, na recuperação física e no ombro”, desabafou o almadense, visivelmente abatido.
Depois de gerir a lesão que o impediu de treinar durante dois meses, até duas semanas antes da prova em Tóquio2020, o quinto classificado do ranking mundial começou a ressentir-se na sequência de uma queda na primeira ‘run’ da final.
Ainda assim, o “momento decisivo” foi quando o problema se agravou com nova queda e “um esticão” na segunda série de exercícios em 45 segundos – “o ombro ficou a doer-me bastante” - o que lhe afetou o desempenho nos cinco ‘tricks’ seguintes.
“É óbvio que todos viemos com a sensação de que podemos trazer uma medalha. Infelizmente, hoje não foi o meu dia. Não estou feliz, mas também não posso estar triste. É a primeira vez do skate dos Jogos Olímpicos e fiz história ao estar na final. [Oitavo] Não era o lugar que queira, mas daqui a três anos em Paris2014 a ver se conseguimos trazer a esperada medalha”, desejou.
O jovem de 20 anos admitiu que, durante a final, houve uma altura em que se sentiu “desmotivado” depois de falhar três manobras consecutivas: “Não consegui controlar a minha cabeça. Também acontece”.
O atleta disse ainda que o desempenho nas eliminatórias foi o suficiente para ficar entre os oito finalistas, altura em que tinha de arriscar.
“Primeiro, joguei pelo seguro e na final decidi arriscar. Infelizmente, não correu bem. O ombro não facilitou o meu desempenho”, lamentou.
Gustavo Ribeiro exultou com a estreia do skate em Jogos Olímpicos, esperando que o entusiasmo crescente em torno da modalidade contagie “mais crianças e meninas” para a modalidade, que continuará no programa de Paris2024.
“Agora é meter este ombro no ponto e fazer o que sempre fiz, andar de skate e trabalhar o meu corpo”, concluiu.
*Com Lusa
[Artigo atualizado às 08:14]
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