Naquela que seria a penúltima época do piloto português no ‘Grande Circo', Lamy terminou na sexta posição, que na altura era o último lugar pontuável em corridas do campeonato.
O britânico Damon Hill (Williams) foi o vencedor, tendo batido o francês Olivier Panis (Ligier) por duas voltas, a maior diferença entre primeiro e segundo.
Lamy, que partira da 17.ª posição de uma grelha com 22 carros, foi o sexto entre os oito pilotos que se classificaram, a três voltas do vencedor.
À agência Lusa, o piloto português admite ter "poucas recordações" da corrida.
"Tínhamos um carro pouco competitivo, mas conseguimos terminar em sexto lugar. Fomos beneficiados por bastantes desistências", recorda.
Houve sete abandonos por acidente, incluindo o do campeão Michael Schumacher, três por avaria de motor, três com problemas de caixa de velocidades e um por cansaço físico.
"Em 1995, fiz apenas meia época depois do grande acidente do ano anterior, com a Lotus [em que partiu as duas pernas e um pulso]. O Minardi era muito fraco em relação à concorrência", frisa, sendo que em termos de potência "falava-se numa diferença de cerca de 100 cavalos".
Ainda assim, Pedro Lamy admite que, apesar das limitações, "o carro era interessante de guiar", pois era "equilibrado" e "dava para afinar bem".
Sendo a distribuição de dividendos da Fórmula 1 proporcional à pontuação do ano anterior, poderia pensar-se que o ponto marcado pelo piloto português poderia ter significado um salto de competitividade da equipa no ano seguinte, algo que Lamy garante não ter acontecido.
"Não senti muita diferença. Uma equipa que já está com um buraco grande, consegue respirar um bocadinho melhor. Mas só quando a Red Bull entrou e comprou a equipa é que deu o salto em termos de competitividade", explicou.
Sobre o GP da Austrália de 1995, Pedro Lamy diz que "foi um marco, mas com um significado mais estatístico", e que, na altura, "não pensava" que se estava a tornar no primeiro português a pontuar na F1, apesar de ter noção "de que estava nos lugares pontuáveis".
"Não foi uma corrida que tenha marcado assim tanto. Quando se vence, marca. Quando se pontua, nem por isso", frisou o piloto de 48 anos, que recorda as vitórias obtidas no campeonato Le Mans Series com o Peugeot 908 LMP1 (em Monza, Spa ou Valência) ou as vitórias nas Fórmulas 3 e Fórmula 3000 como as mais marcantes.
Atualmente, Pedro Lamy está numa fase "de despedida" da carreira e a "entrar na reforma".
"Estou a tentar adaptar-me a deixar de correr, sobretudo porque não têm aparecido projetos interessantes. Com 48 anos, tenho de ter consciência de que já não aparecem projetos como antes", concluiu.
Tiago Monteiro (Jordan) seria o outro português a somar pontos na F1 (7), em duas corridas da temporada de 2005, nos Estados Unidos e na Bélgica.
Comentários