À TSF, Jaime Marta Soares disse esta manhã que "com Bruno de Carvalho não há paz no Sporting" e, a seu ver, no jogo contra o Paços de Ferreira, os sócios deram "o sinal". No entendimento do presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting, "estão esgotadas as hipóteses da manutenção da atual presidência".
“Os sócios deram um sinal, disseram aquilo que querem, por isso, ou o próprio Bruno de Carvalho toma a melhor atitude para respeito do que os sócios querem ou nós utilizaremos toda a nossa competência estatutária para fazer regressar a paz ao Sporting”, afirmou Jaime Marta Soares.
“Os clubes ficam e as pessoas passam e o que têm a fazer é deixar história do seu passado – e Bruno de Carvalho deixa –, mas isso não lhes dá o direito de pensarem que o clube é propriedade de alguém a não ser dos sócios. Ninguém pode pensar de outra forma, a partir do momento que se tem outra interpretação, não se está a respeitar o que é o desejo de todos. Por isso, na minha opinião, estão esgotadas as hipóteses de manutenção da atual presidência, para o Sporting retomar a paz que se impõe e se deseja. O tempo urge, não há tempo a esperar, e eu espero que ele [Bruno de Carvalho] tenha consciência disso”, frisou Jaime Marta Soares.
Questionado sobre se Bruno de Carvalho teria condições para continuar na liderança do clube, o líder da Mesa da Assembleia Geral do clube foi perentório: “Pelo que se viu ontem [no domingo] no estádio, não”.
Avança ainda a rádio que será marcada hoje mesmo uma reunião da mesa da Assembleia Geral do Sporting para decidir os próximos passos no caso de Bruno de Carvalho não avançar com a demissão.
Bruno de Carvalho reagiu entretanto, "a caminho do hospital", através de uma publicação no Facebook, onde informa que irá pedir à direção que convoque uma nova Assembleia Geral "para os sócios se voltarem a pronunciar sobre nós". Considerando Marta Soares um "foco de problemas", Bruno de Carvalho diz acreditar que o líder da mesa da Assembleia Geral "sairá pela porta pequena".
Pode ler-se na publicação de Bruno de Carvalho, entretanto editada que, Marta Soares "criou a maior confusão vista na história do Sporting CP ao conduzir de forma infantil e incompetente uma AG [Assembleia Geral]. Com essa sua actuação provocou a necessidade na Direcção de fazer uma nova AG e eu a vir a público a defender um homem que não tem defesa possível. Este foco de problemas vem agora ameaçar-me. Eu tinha-o avisado que mais uma dele e quem pediria a sua saída seria eu e não só os sócios como o fizeram de forma esmagadora só o mantendo porque eu o pedi. Escusa de reunir a MAG [mesa da Assembleia Geral], que se diga nunca se reviu nele nem esteve a seu lado, pois serei eu a pedir novamente à Direcção para se fazer uma AG para os sócios se voltarem a pronunciar sobre nós e neste momento, separadamente, sobre os Presidentes da MAG e do CFD. Se os sócios não tiverem a memória curta sairá pela porta pequena como em Poiares".
Nesta publicação, Bruno de Carvalho aponta baterias também a Nuno Silvério Marques, Jorge Gaspar e Paulo Almeida.
A conferência de imprensa após o jogo com o Paços de Ferreira
Este domingo, depois do encontro frente ao Paços de Ferreira em Alvalade, em que o Sporting venceu por duas bolas a zero, o presidente do Sporting manifestou a sua revolta devido aos assobios de que foi alvo e, principalmente, à forma como foi pedida a sua demissão do cargo por parte dos adeptos, acusando-os de serem “ingratos e de memória curta”.
"Vim aqui porque acho que nós temos o direito de mostrar os nossos descontentamentos. Agora, o que não é admissível é o facto de me adjetivarem. Se querem demissão, há um sítio próprio. Agora, não aceito que me chamem nomes", começou por dizer.
Contudo, Bruno de Carvalho foi mais longe nas palavras dirigidas à massa associativa: "Quem, de facto, me chamou tem que depreender que não andei na escola com eles (adeptos), nem comi no mesmo prato. Peço que vão chamar nomes à família deles”.
Perante a insistência dos jornalistas, o líder máximo do clube de Alvalade desvalorizou "os grupinhos" que pretendem a sua saída. "As pessoas são livres de se expressarem e de serem ingratas, como é lógico. Os grupinhos são os de sempre: os da (bancada) Poente e da (bancada) Nascente. São uma organização que significa 10%", declarou.
O presidente dos leões lembrou ainda que a sua presidência foi legitimada duas vezes e considerou que tem condições para se manter como presidente do clube de Alvalade.
A polémica
O presidente Bruno de Carvalho criticou na quinta-feira as exibições de alguns jogadores do Sporting, a seguir à derrota em casa do Atlético de Madrid (2-0), na Liga Europa.
Na sexta-feira, 19 jogadores do plantel, entre os quais Rui Patrício, William Carvalho, Fábio Coentrão, Coates, Gelson Martins e Bruno Fernandes, divulgaram um comunicado em que manifestaram "desagrado" com as críticas do presidente do clube.
Em resposta, Bruno de Carvalho partilhou um texto no Facebook, visível para os seus amigos na rede social, em suspendia os jogadores que subscreveram um comunicado e fazia saber que teriam de enfrentar a disciplina do clube.
No sábado, o treinador da equipa, Jorge Jesus, afirmou que os futebolistas não receberam qualquer nota de suspensão por parte do clube e garantiu que Bruno de Carvalho lhe deu "liberdade para convocar os jogadores" que entendesse para o jogo de domingo com o Paços de Ferreira, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, o que aconteceu, com os ‘leões’ a vencerem por 2-0.
Antes do encontro, Bruno de Carvalho voltou a colocar um ‘post' no Facebook a criticar os futebolistas, afirmando que "serão mantidos os processos disciplinares" aos jogadores, que mancharam "o bom nome do presidente e do clube".
(Notícia atualizada às 10h15)
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