Meeke terminou o dia com 1.24 minutos de vantagem sobre José Pedro Fontes (Citroën C3), que foi o segundo classificado do CPR e melhor português, e 1.33,3 minutos sobre Armindo Araújo (Skoda Fábia), que foi terceiro.
O norte-irlandês aproveitou a secção matinal para cavar uma distância segura para a concorrência, rodando consistentemente perto dos cinco mais rápidos da categoria WRC2. Mas, de tarde, Meeke sentiu diversos problemas no motor que o fizeram ceder cerca de 45 segundos em cada troço para os primeiros da categoria.
“Tivemos muitos problemas com o motor. A válvula ‘pop off’ disparou 36 vezes, perdemos pressão em todas as especiais e, como não tínhamos assistência, não dava para fazer nada. Para além disso, ainda perdemos uma proteção, a três especiais do fim. Quando os troços são assim tão duros, temos de ser muito cuidadosos e desviar-nos dos perigos”, explicou à agência Lusa.
Ainda assim, venceu a prova do CPR e somou a pontuação máxima na ‘power stage’ final. Aí, Armindo Araújo também teve um problema no carro, que se desligou, cedendo precisamente 18 segundos para José Pedro Fontes, que o ultrapassou na classificação, chegando ao fim do dia como o melhor português.
“Demos espetáculo”, dizia José Pedro Fontes no final da derradeira especial. O antigo campeão nacional não irá continuar em prova: “Não é do nosso campeonato”. No mesmo pensa Kris Meeke, que frisou não ter nada “pelo que lutar”.
“Não será muito interessante para nós, porque temos uma má posição de saída e vamos voltar a apanhar as especiais destruídas novamente. O engenheiro também cometeu um erro, esqueceu-se de fazer o registo para os pneus, pelo que iremos apanhar uma grande penalização se quisermos usar os pneus como os outros [adversários]”, lamentou.
Em prova deve continuar Armindo Araújo, com o objetivo de ser o melhor luso do rali pela 14.ª vez.
Azarado esteve também Ricardo Teodósio (Hyundai i20), que sentiu falta de potência no carro ao longo de toda a jornada, para além de um problema recorrente na direção. O piloto algarvio, campeão nacional em título, terminou a ‘power stage’ em Mortágua com braçadeiras a segurar a direção e com mais de 24 minutos de atraso para o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), líder do rali. Os mecânicos da equipa portuguesa vão tentar reparar o Hyundai para que Teodósio possa alinhar à partida no sábado.
Pedro Almeida (Skoda Fabia) foi o quarto do CPR, seguido de Ernesto Cunha (Skoda Fabia) e Paulo Neto (Skoda Fabia).
Com estes resultados, Kris Meeke mantém o pleno, com quatro triunfos nas quatro provas já realizadas do campeonato português, e vitória em todas as ‘power stages’. Armindo Araújo é segundo, com 84, seguido de Ernesto Cunha (42), Paulo Neto (38) e José Pedro Fontes (37).
De notar que foram atribuídos tempos nominais no troço de Mortágua, PEC9, o que significa que ainda vai existir uma revisão de tempos, esperando-se que a classificação oficial do CPR ainda possa demorar a ser conhecida.
A próxima ronda do campeonato é o Rali de Castelo Branco, a 21 e 22 de junho.
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