Em entrevista à revista da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), publicada hoje no seu sítio oficial, o líder do emblema madeirense falou também sobre o sonho de fazer uma academia e de que “não está agarrado” à cadeira de presidente ‘verde rubro’, cargo que ocupa há quase 23 anos.
Carlos Pereira alertou para a diferença existente no futebol português e que torna a vida complicada para a maioria das equipas ditas ‘não grandes’.
“Se temos três a cinco clubes acima da média, os restantes estão abaixo. A dívida bancária, a antecipação de direitos televisivos fazem concorrência desleal e limitam os clubes a nível médio, que, quando vão tentar uma contratação, nunca conseguem atingir os valores de um Benfica, Sporting, FC Porto, Sporting de Braga ou Vitória de Guimarães. Isto sem contar com as SAD”, destacou.
Uma das soluções apresentadas é de “limitar o número de contratos por clube”, além do desejo de um maior altruísmo por parte das pessoas que estão nos clubes de topo.
“Alguns clubes de referência devem ser menos egoístas. Subimos no ‘ranking’ europeu, mas isso também deve significar o reagrupar ou mudar o paradigma do futebol português. Há egoísmo de alguns dirigentes, que deviam pensar mais no todo e menos neles próprios”, defendeu.
Em relação ao trabalho feito no conjunto insular, Carlos Pereira considera que o Marítimo “tem crescido muito” e que apresenta um património “invejável para uma região tão pequena”, com boas condições, mas não as ideais, havendo um sonho para subir de nível.
“Uma academia, com uma área fechada, na qual se pode dar condições perto do ideal para os treinadores terem a calma suficiente para trabalharem”, revelou, com a ambição de poder crescer na formação e nas infraestruturas para poder ter um “melhor aproveitamento” do jogador madeirense.
Carlos Pereira está à frente do Marítimo desde julho de 1997 e não sabe quando será o dia da saída, garantindo que “não está agarrado a nada” e que tem a “chave no bolso” pronta para dar a “quem souber fazer melhor”, e contou o que lhe levaria a deixar o clube de imediato.
“Não vou estar no dia em que a AG (Assembleia-Geral) decidir que o Marítimo vai ser entregue a estrangeiros. Já tive várias abordagens. Se aparecerem propostas que o Marítimo entenda que possam ser uma mais-valia, a AG é que irá decidir, mas, no dia seguinte, não estarei cá. Não me revejo nisso”, prometeu.
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