Não foi um jogo fácil para o Sporting. Os leões, campeões, apareciam como claros favoritos, perante um modesto Leixões. Mas a verdade é que tiveram de suar bastante.

"Não foi nada fácil, não. Tínhamos ganho o campeonato, muito euforia e depois muito nervosismo, pois sabíamos que perante os nossos adeptos não podíamos perder este jogo. Ainda marcámos na primeira parte e pensámos depois que iria ser mais fácil, o primeiro golo é que estava a custar, mas acabou por não ser assim. O adversário queria vencer também, sentimos o peso da camisola e da responsabilidade perante os adeptos, não foi nada fácil", conta Quiroga ao SAPO24.

"Qualquer jogo contra o FC Porto é sempre complicado, muito difícil. O FC Porto sempre foi uma equipa programada para este tipo de jogos"Quiroga

O argentino foi um dos titulares da equipa então treinada por Laszlo Bolni e ainda se recorda do golo da vitória, marcado por Jardel. "Lembro-me bem, o Barbosa ganha uma bola no meio-campo e isola o Mário. Ele faz um remate rasteiro, penso que ainda bate no guarda-redes, e entra junto ao poste. Estava cá atrás e aquele golo foi um alívio", diz.

PORTUGAL - TACA PORTUGAL
Mário Jardel marcou o único golo na vitória do Sporting contra o Leixões, em 2002, a última dobradinha dos leões. Lusa

Agora, 23 anos depois, não há Quiroga e nem Mário Jardel. O adversário também é diferente, o grande rival FC Porto. O central argentino lança a final.

"Qualquer jogo contra o FC Porto é sempre complicado, muito difícil. O FC Porto sempre foi uma equipa programada para este tipo de jogos. Podia não correr bem a época desportiva, mas neste tipo de jogos cresciam sempre. É uma equipa montada para os grandes jogos e este é um deles, ainda por cima vindos de uma época que não ganharam nada. O Sporting, apesar de ter ganho o título, não pode pensar que são favoritos, porque não são. Neste tipo de jogos nunca há favoritos, muito menos perante um FC Porto ferido", começa por referir o ex-jogador.

Para Quiroga, ex-internacional argentino que jogou durante cinco temporadas no Sporting, vencendo dois campeonato e uma Taça, esta final do Jamor será "sensacional".

"Espero que o Sporting vença, porque uma dobradinha é sempre uma dobradinha, é a confirmação total que o Sporting foi mesmo a melhor equipa ao longo do ano"Quiroga

"Acredito que vai ser mesmo um grande jogo, tem tudo para isso. Há imensos grandes jogadores em ambas as equipas, tem tudo para ser um grande jogo. Acredito mesmo que será uma final sensacional. De um lado um Sporting que quer algo que não conquista há mais de 20 anos, do outro um FC Porto que quer vingar uma época negativa. Não acredito que seja um jogo muito fechado, com as equipas à procura do erro da outra. É o último jogo da época, ambas querem acabar em grande e vão tentar desde o início golos, a Taça é assim", salientou.

Facundo Quiroga diz também que tanto Rúben Amorim como Sérgio Conceição serão determinantes neste encontro.

"É o último jogo da época, os jogadores têm muitos minutos nas pernas. Vão, com toda a certeza, jogar aqueles que mais têm jogado esta época, a estrutura de cada uma das equipas estará na final do Jamor. Por isso vai caber aos treinadores mentalizar o grupo para mais um jogo, mesmo cansados, sabem que têm de dar tudo. Sei que na nossa final, em 2002, não fizemos o melhor jogo, mas demos tudo, estávamos cansados, mas demos tudo. O discurso do mister foi fundamental e nesta final tem de ser igual. Tanto Amorim como Conceição têm de dar confiança, mentalizar os jogadores para um esforço final. Espero que o Sporting vença, porque uma dobradinha é sempre uma dobradinha, é a confirmação total que o Sporting foi mesmo a melhor equipa ao longo do ano", concluiu o argentino.