“Este é o primeiro ano do ciclo olímpico e os resultados são essenciais, mas há outros objetivos, como fazer testes com algumas embarcações, motivadas pelas alterações do programa para Tóquio2020″, explicou, em declarações à Lusa, na véspera do arranque da participação lusa nos campeonatos, que decorrem em Racice até domingo.
Ricardo Machado diz que “as perspetivas são boas” nestes Mundiais, nos quais deseja “entrar no máximo de finais”, contando com uma seleção “experiente e competente” para atingir o pódio mundial absoluto pela sétima vez.
“Aí tudo é possível, pois temos atletas com valor suficiente para os primeiros lugares”, reforçou, lembrando que, a este nível, é sempre “necessária uma conjugação perfeita” de fatores para as medalhas.
O responsável, que também é vice-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, lembrou que toda a preparação da equipa é feita a pensar no apuramento de 2019 e nos Jogos propriamente ditos, onde pretende que a modalidade volte a ser a que contribui com mais pontos para a missão de Portugal, à semelhança do que fez em Londres2012 e no Rio2016.
“Queremos chegar a Tóquio com barcos fortes, mais atletas e lutar pelas medalhas”, resumiu.
Fernando Pimenta surge como bicampeão europeu e persegue um inédito título mundial em K1 – em 2013, João Ribeiro e Emanuel Silva conquistaram o único ouro luso em Mundiais, nos 500 metros em Duisburgo – objetivo que o seu treinador, Hélio Lucas, não considera prioritário no momento atual.
“O Fernando tem-nos presenteado com resultados excecionais. Está num bom nível, mas em termos de ciclo estamos a preparar Tóquio. A começar. Não está no auge da forma. Vou ser sincero, já fico contente com o bronze, que é o seu melhor resultado no ultimo ciclo, e que só o conseguiu no ano de apuramento (2015)”, assumiu.
O técnico nacional entende que a semifinal vai ser decisiva, uma vez que apenas passam à regata decisiva os dois melhores barcos de cada série, podendo o seu pupilo encontrar no derradeiro obstáculo vários candidatos ao pódio.
“Vamos ver como lhe correm as coisas. O mais importante é estar na final. Na canoagem não há medalha certa. Os ‘outsiders’ surpreendem. Os dois títulos europeus em K1 não dão facilidade, apenas responsabilidade”, reforçou, esclarecendo que esta é uma maratona de quatro anos em que deseja melhorar a cada época até estar no auge em Tóquio.
O também técnico nacional Ryszard Hoppe é quem tem o encargo de gerir mais experiências, nomeadamente com os K2 e K4 femininos.
Nestes Mundiais, Teresa Portela faz K1 200 e 500, além de se juntar no K4 a Joana Vasconcelos, Francisca Laia e Márcia Aldeias, que substituiu Maria Cabrita que nos Europeus de julho ajudou a levar o barco ao nono lugar na final.
“Para a final conto mais com o K4 e a Teresa Portela em K1. A C2 1.000 (Hélder Silva e Nuno Silva) é mais difícil. Será bom se numa final B ficarem em terceiro ou quarto. Ainda precisam de mais tempo. Em 2019 acredito que podem andar bem”, disse o polaco.
O K2 500 vai juntar Joana Vasconcelos e Francisca Laia, que assim ocupa o lugar que foi de Teresa Portela nos Europeus, em mais uma experiência.
“No fim da época, vamos analisar o produto do nosso trabalho e discutir as melhores soluções para a seleção no futuro”, concluiu.
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