O projeto, promovido pela Associação de Escolas de Surf de Portugal (AESP) e o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), terá cinco ações de formação gratuitas durante o mês de maio, a primeira em Espinho (dia 15), seguindo-se Torres Vedras (20), Sesimbra (21), Matosinhos (23) e Lagos (29).
A ideia nasceu da pergunta da AESP “E se os surfistas também fossem nadadores-salvadores?”.
Segundo explicou o diretor executivo daquela associação, Afonso Teixeira, uma vez que surfistas, treinadores e escolas de surf “participam no salvamento e apoio a centenas de pessoas no mar todos os anos, normalmente de uma forma informal e sem registo de ocorrências”, a AESP e o ISN formaram a parceria que estabelece a ligação entre surfistas e nadadores-salvadores em toda a costa.
Na sua quinta edição, o projeto já contou com mais de 350 participantes, espalhados por ações desenvolvidas em sete municípios, sendo a formação realizada em plena praia, para um limite máximo de 60 inscritos.
De acordo com Afonso Teixeira, o objetivo é formar “mais de 200 profissionais e outros tantos alunos das escolas ao longo de toda a costa”.
De acordo com o responsável, este ano, pela primeira vez, “há lugar a ações com crianças e adolescentes de escolas básicas e secundárias” e será introduzido o tema da prevenção do cancro da pele.
Ao longo de sete horas de formação, divididas em componente teórico-prática e exercícios práticos, nomeadamente salvamento sem meios, salvamento com prancha e sequência completa de resgate e suporte básico de vida, os participantes aprendem “não só a socorrer vítimas de afogamento, como a agir em situações em que os próprios possam estar em perigo”.
A formação será ministrada por militares formadores do Instituto de Socorros a Náufragos, bem como surfistas e treinadores experientes como a dupla João Guedes (pai e filho), reconhecidos nomes do surf português.
A iniciativa está aberta a qualquer pessoa com o mínimo conhecimento de surf, assim como nadadores-salvadores profissionais, certificados pelo ISN, o que "resultará em praias mais seguras durante todo o ano", de acordo com Afonso Teixeira.
“É possível encontrar surfistas dentro do mar, durante todo o ano - e não apenas na época balnear -, e, com alguns conhecimentos básicos, estes podem realmente fazer a diferença em situações de afogamento”, disse o responsável.
Afonso Teixeira recordou a este propósito que, segundo os relatórios da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores, nos últimos cinco anos, foram registadas 600 mortes em meio aquático, sendo que a grande maioria dos afogamentos aconteceu no mar, daí a importância de se contrariar esses números com estas formações.
Comentários