Após uma vitória arrancada ao minuto 98 na última jornada da Liga Portuguesa, o Porto entrou em jogo ainda com alguma adrenalina que parecia vir desse jogo. Com o regresso da dupla Soares/Marega e com um meio campo controlado por Danilo e Otávio, a equipa entrou muito pressionante, procurando o golo madrugador que desse estabilidade e que permitisse gerir o jogo de outra forma.

Do outro lado, estava o Young Boys, atual segundo classificado da liga suíça atrás do Basileia e que se encontrava invicto na temporada até ao jogo de hoje. E o sistema de três centrais anunciado pela equipa denunciava um conjunto que vinha ao Dragão na expectativa e à procura daquilo que o jogo lhe fosse capaz de dar.

O plano de jogo do FC Porto começou por correr na perfeição. À agressividade nos duelos, característica da equipa de Sérgio Conceição, juntou-se um Otávio que decidiu pegar no jogo desde o início. Depois de uma recuperação a meio campo, o médio brasileiro lançou Soares, que aproveitou duas más abordagens consecutivas dos centrais do Young Boys, para inaugurar o marcador aos sete minutos, marcando o seu primeiro golo nesta época.

Dentro do plano, contudo, não estava uma bola nas costas da defesa portista que, apanhada em contrapé, viu o Asallé, avançado da equipa suíça, tirar proveito da sua velocidade, antecipando-se a Pepe e Marcano e obrigando Marchesin a fazer falta na pequena área. O jogador costa-marfinense assumiu o penálti e não deu hipótese ao guarda-redes dos dragões, rematando com violência para o canto superior esquerdo. Tudo empatado aos 13 minutos e o jogo complicava-se para a equipa portuguesa.

O golo dos suíços, ainda assim, ajudou a trazer uma melhor definição ao jogo: o FC Porto passou a privilegiar cada vez mais o seu corredor direito com combinações entre Otávio, Corona e Marega, ao passo que o Young Boys apostava em lançamentos longos, tentando surpreender Pepe e Marcano. O jogo seguiu e os Dragões não acusaram o golo e buscaram rapidamente a vantagem outra vez. Primeiro, ameaçaram com um cabeceamento ao poste esquerdo de Danilo, após um canto de Corona aos 25 minutos. Três minutos depois, Soares arrancou no corredor esquerdo, deixando o lateral-direito do Young Boys para trás e a bola chegou a Otávio perto da meia-lua da área suíça, que desbloqueou o jogo novamente, penteando-a para Corona que cruzou para Tiquinho encostar e colocar o FC Porto na frente mais uma vez.

Os últimos dez minutos da primeira parte trouxeram uma tímida reação da equipa suíça, marcada por maior posse de bola, por uma má saída de Marchesin a um cruzamento e ainda por um atraso arriscado de Danilo ao guarda redes portista. Contudo, chegado o intervalo, a equipa de Sérgio Conceição voltou para os balneários com uma vantagem justa.

Na segunda parte, com menos história que a primeira, até pela inexistência de golos, o principal destaque foi o desgaste aparentado pela equipa portista. A agressividade a meio-campo do FC Porto desapareceu e o Young Boys começou a ter mais facilidade em circular a bola de um flanco para o outro. Corona, que foi tendo cada mais dificuldades em fazer todo o corredor direito, começou a ver o ataque suíço a encarrilar pelo seu lado, levando Otávio e Danilo a maiores preocupações defensivas de cobertura. Todos estes fatores levaram a que, de uma forma geral, nos primeiros 20 minutos do segundo tempo, o Porto se tornasse numa equipa mais errática no passe e que fosse incapaz de lançar os seus avançados como tinha feito na primeira parte.

Face a isto, Sérgio Conceição decidiu lançar Romário Baró para dar estabilidade ao meio-campo, tirando Luiz Diaz, que esteve apagado do jogo. E trocou ainda Marega por Wilson Manafá, para permitir que os Dragões voltassem a ter o poder de fogo que o avançado maliano já não estava capaz de dar. Estas alterações acabaram por estancar o jogo e, com exceção de um remate de Garcia, lateral-esquerdo do Young Boys, aos 70 minutos, os suíços não foram capazes de criar mais perigo até ao final do jogo.

Deste modo, num jogo que não foi bonito, o FC Porto fez o necessário para vencer e o treinador dos dragões ainda lançou (numa altura em que se aconselhava até alguma cautela) o avançado Fábio Silva, de 17 anos, que se tornou o jogador mais jovem de sempre do clube a jogar em competições europeias.