“Os bancos portugueses têm um dos maiores volumes de empréstimos sob moratórias entre os bancos da Europa ocidental, com uma estimativa de 20% dos empréstimos consolidados no final de setembro de 2020″, algo que “aumenta a incerteza acerca das perspetivas para a qualidade dos ativos e oneração dos ativos”, pode ler-se num relatório hoje divulgado.

Segundo a Fitch, a incerteza “indica o caminho para uma esperada deterioração aguda a partir de 2021″.

“A nossa previsão de base é para o rácio de créditos com imparidades ficar ligeiramente abaixo de 9% nos próximos 12-18 meses, e cerca de 10% debaixo de um cenário adverso. Os bancos poderiam mitigar o aumento de oneração dos capitais com gestão proativa e provisionamento conservador do legado e das novas imparidades”, indica a Fitch.

A agência de ‘rating’ entende ainda que crise associada à pandemia veio “adicionar pressão aos desafios estruturais encontrados pelos bancos portugueses”.

“A falta de diversificação do negócio, a alta dependência de rendimentos de juros e alta competição tinha vindo a pesar nos lucros antes de 2020″, segundo a agência de notação financeira.

Para a Fitch, “a alta dependência do país nos fluxos de turismo internacionais e comércio com a UE [União Europeia] vai pôr pressão duradoura nas exportações, no setor da hospitalidade e no retalho não alimentar”.

“Apenas esperamos uma recuperação modesta de receitas em 2021 devido às baixas taxas de juro, pressão atual de tarifas e oportunidades de negócio limitadas durante o primeiro semestre de 2021″, segundo a Fitch.

A agência de notação considera ainda que a “consolidação do setor seria positiva para o crédito”, vendo margem para tais operações acontecerem “no médio prazo, com os líderes domésticos ou bancos espanhóis como compradores mais prováveis dos bancos mais fracos”.

“Esperamos uma nova ronda significativa de redução de agências e de custos em 2021 na maioria dos bancos portugueses, o que deverá também facilitar a consolidação do setor” no futuro.

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