O balanço final sobre a experiência que abrange 39 empresas e cerca de 1.000 trabalhadores, e que arrancou em 5 de junho, será feito só ao fim dos seis meses do projeto, mas o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, que hoje visitou uma das empresas aderentes, a Crioestaminal, em Cantanhede, disse à Lusa ter, para já, “indicações positivas” por parte dos participantes.
“As informações que nos vão chegando (…) são indicações muito positivas, em que as pessoas que estão a ser abrangidas pela semana de quatro dias estão particularmente satisfeitas com essa possibilidade, sentem que, de facto, a qualidade do seu trabalho e da sua vida em conjunto melhorou”, afirmou o governante.
“Do ponto de vista das organizações, aquilo que nos testemunham é que isto obrigou a redesenhar processos de trabalho, a reorganizar metodologias de trabalho, mas que não sentem, para já, que haja qualquer resultado menos positivo pelo facto de terem aderido à semana dos quatro dias”, acrescentou, reforçando, no entanto, que “ainda é cedo” para uma avaliação final.
Segundo Miguel Fontes, a experiência nestas empresas poderá mostrar que, com a semana de quatro dias de trabalho, “o absentismo diminui, que o nível de atratividade dessas empresas aumenta e que conseguem reter talento”, tornando-se mais competitivas.
O projeto-piloto da semana de quatro dias arrancou em 5 de junho, com a adesão de 39 empresas e cerca de 1.000 trabalhadores.
Em causa está a terceira fase do projeto-piloto e, segundo avançou na altura o Ministério do Trabalho à Lusa, as 39 empresas estão “distribuídas por 10 distritos”, com Lisboa, Porto e Braga a serem “as principais localizações das empresas”.
Entre estas 39 empresas “está um instituto de investigação, uma creche, um centro de dia, um banco de células estaminais que trabalha sete dias, e empresas do setor social, indústria e comércio”, refere a mesma informação, detalhando que “ao todo, o piloto arranca com cerca de mil colaboradores”.
O projeto tem como objetivo a avaliação da implementação da semana de quatro dias, com a correspondente redução do número de horas de trabalho, sem diminuição da retribuição, sendo dirigido às entidades empregadoras e respetivos trabalhadores que a ele queiram aderir voluntariamente, de acordo com a portaria publicada em Diário da República.
Está previsto que as entidades que se inscreverem no programa-piloto são avaliadas antes, durante e após o programa, através de indicadores relativos à empresa, como a produtividade e custos intermédios, e aos trabalhadores, incluindo a saúde e bem-estar.
O IEFP — Instituto de Emprego e Formação Profissional assume os encargos e as despesas associadas ao desenvolvimento do programa-piloto até ao montante máximo global de 350 mil euros.
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