“À data temos cerca 18.000 acordos de pagamento em vigor: são mais de 15.000 famílias, 2.000 pequenos negócios e cerca de 300 empresas, onde a EDP comercial faseou o pagamento ao longo de seis a 12 meses, sem juros, representando um apoio no valor de 20 milhões de euros”, afirmou em declarações à agência Lusa Vera Pinto Pereira.
De acordo com a CEO da EDP Comercial, “todos os acordos [de flexibilização de pagamento] que foram solicitados foram aceites e implementados”, referindo que “dá mais ou menos uma média de 400 pedidos por dia ao longo deste período”.
A EDP Comercial, que é o maior comercializador de eletricidade em mercado livre, prevê retomar o corte do fornecimento de energia por falta de pagamento a partir de 01 de julho, que esteve suspenso desde 06 de março, prevendo a partir da próxima semana começar a contactar os clientes com pagamentos em atraso.
Segundo Vera Pinto Pereira, “o prazo de aviso aos clientes será alargado, para 50 dias, que é mais do dobro do prazo dado num período normal”. Nesse período de pré-aviso, os clientes terão a possibilidade de pagar ou pedir a flexibilização do pagamento das faturas em atraso, nas mesmas condições que vigoraram durante o estado de emergência (seis a 12 meses, sem juros).
“A partir da próxima semana, os clientes começam a ser contactados, mas o corte de fornecimento só se processará a partir de 01 de julho, para haver tempo para as famílias e as empresas planearem os seus pagamentos e assim evitar esse corte. No fundo é uma retoma gradual na normalidade que é necessária”, declarou.
Um dia depois da EDP comercial ter comunicado a suspensão dos cortes no fornecimento de energia, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou condições excecionais para evitar cortes no fornecimento de eletricidade, gás natural e de gases de petróleo liquefeito (GPL) canalizados, na sequência dos efeitos da pandemia de covid-19.
Antecipando possíveis dificuldades de pagamento por parte dos consumidores, a ERSE determinou que o prazo de pré-aviso de interrupção de fornecimento para os clientes domésticos fosse alargado por mais 30 dias, somando-os aos 20 já obrigatórios.
O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
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