“A melhoria do ‘rating’ pela agência Fitch é uma notícia importante para o nosso país. Importante porque nos vai permitir ter melhores condições de financiamento. Num momento em que as taxas de juro aumentam, como ontem [quinta-feira] mesmo foi notícia, a melhoria do ‘rating’ da República significa que nos conseguimos financiar em melhores condições, o que significa que os bancos também o conseguirão fazer e isso também se irá repercutir no crédito que é pago pelas empresas e, sobretudo, pelas famílias”, assinalou Fernando Medina, em declarações à Lusa no Ministério das Finanças, em Lisboa.
A agência de notação financeira Fitch decidiu hoje subir o ‘rating’ (avaliação) de Portugal de “BBB” para “BBB+”.
Esta é a terceira melhoria para o ‘rating’ da República portuguesa, depois de a DBRS e de a Standard & Poor’s também já se terem pronunciado no mesmo sentido.
Para este resultado, conforme destacou o ministro, contribuiu a confiança na política económica, uma política fiscal e orçamental prudente e uma “estratégia firme” de redução do défice e de redução da dívida pública.
Com esta melhoria, a Fitch veio dizer que “estamos na direção certa, a afastar-nos das zonas de turbulência e de maior dificuldade e a caminhar para uma situação cada vez mais sólida”, disse o titular da pasta das Finanças.
Medina sublinhou também que este é “um contributo essencial” que o Estado pode dar perante as dificuldades que o país, neste momento, enfrenta.
“Com um ‘rating’ melhor há mais investidores no mercado internacional que podem comprar a dívida portuguesa e, mesmo quando sobem as taxas de juro internacionais, a nossa dívida subirá menos do que aquilo que subiria se não houvesse esta melhoria […]. A partir do momento em que Portugal tem melhores condições de financiamento, também os agentes económicos, numa fase posterior, podem beneficiar de condições melhores”, acrescentou.
O ministro das Finanças reiterou que este é um momento de “grande exigência”, notando ser importante que Portugal se proteja de perturbações relativamente aos mercados de dívida ou de flutuações nos juros da República, que coloquem problemas do ponto de vista orçamental.
Questionado sobre a possibilidade de as restantes agências, como a Moody’s, poderem seguir esta tendência, o governante disse não ser esperado que todas as agências, “num mesmo momento e perante as mesmas circunstâncias”, processem melhorias, uma vez que depende das anteriores avaliações, dos seus calendários e das estratégias internas.
“O que quero sublinhar é que três agências a melhorarem o ‘rating’ da República, num mesmo ano, é um sinal muito forte, muito claro, para os investidores internacionais […]. Este resultado tem benefícios diretos para a economia portuguesa”, concluiu.
A próxima, e última, agência que tem previsto ‘olhar’ para o ‘rating’ de Portugal é a Moody’s, em 18 de novembro.
O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
Os calendários das agências de ‘rating’ são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
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