"Também nesta área deveria haver a recuperação da soberania perdida, tendo em conta que a supervisão da União Europeia é que geralmente determina o andamento das coisas. Era um bom momento para recuperar essa soberania", afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas, ecologistas e independentes, respondia a jornalistas, salvaguardando não conhecer ainda as propostas em detalhe, numa "arruada" na cada vez mais multicultural e interclassista rua Morais Soares, em Lisboa, juntamente com o cabeça de lista à Câmara Municipal da capital, o já vereador e eurodeputado João Ferreira, entre outros elementos e muitas dezenas de militantes, em campanha autárquica.
"A questão da supervisão é um problema real que temos tido porque quem a determina é o setor financeiro, privado. Por isso mesmo, temos visto os desmandos desse mesmo setor, sem qualquer eficácia da própria supervisão", criticou o líder comunista.
O grupo de trabalho para a reforma da supervisão financeira, liderado pelo ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, propôs que as "figuras de topo" do Banco de Portugal e do Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) sejam nomeadas pelo Presidente da República e sujeitas à aprovação parlamentar.
O relatório apresentado hoje defende a manutenção das três entidades de supervisão financeira que atualmente existem - o Banco de Portugal, a CMVM e a ASF, reforçando a coordenação entre elas, bem como a criação de um Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) e de um Conselho Superior de Política Financeira (CSPF).
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