"Os números que temos apontam para perto de 350 empresas que sofreram danos, algumas delas totalmente, outras parcialmente", disse o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza, que falava aos jornalistas, após uma reunião de trabalho na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), em Coimbra.
Segundo o membro do executivo, o total de prejuízos provocados pelos incêndios de 15 de outubro "anda à volta de 360 milhões de euros", sendo que o impacto no tecido económico tem uma "incidência muito forte na região Centro".
O secretário de Estado recordou que há "várias linhas" de apoio às empresas afetadas, centradas em "três preocupações fundamentais": repor o que já existe, manter e criar condições para os investimentos que já estavam em curso e atrair novo investimento para gerar "uma dinâmica de esperança" nos territórios.
Segundo Nelson de Souza, os apoios à reposição da atividade produtiva vão ser diferenciados "consoante a natureza e dimensão das empresas".
As empresas de menor dimensão vão ter uma taxa de apoio de 85% a fundo perdido, empresas de maior dimensão - com prejuízos superiores a 200 mil euros - vão contar com a mesma taxa de 85% para os primeiros 200 mil euros, sendo o restante apoiado "com uma taxa mais moderada", explanou.
Para além da reposição, o Governo pretende apoiar também "o relançamento da atividade das empresas", acrescentou o secretário de Estado, frisando que "sempre e em qualquer situação" em que haja indemnizações por parte das seguradoras estas "terão de ser abatidas aos apoios públicos a receber".
De acordo com Nelson de Souza, "não haverá um esforço significativo por parte dos empresários - sobretudo dos pequenos e médios empresários - na reposição daquilo que existia".
No entanto, nos casos em que as empresas já tinham contraído empréstimos e agora não têm as mesmas condições para os pagar, o Governo pretende solucionar o problema através de uma articulação "entre as agências públicas em conjunto com a banca" para encontrar soluções, que poderão passar pela renegociação dos planos de reembolso e amortização.
A sessão em Coimbra contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, da presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, do ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
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