À entrada para aquela que é, ao cabo de oito anos, a sua derradeira participação no fórum de ministros das Finanças da zona euro, Schäuble apontou que um dos pontos em agenda é a apreciação da sexta missão de vigilância pós-programa a Portugal, que voltou a apontar como um exemplo de sucesso.
"Portugal é uma vez mais a prova de que a nossa política de estabilização do euro foi um sucesso, e de que fomos bem-sucedidos na defesa de um euro estável nos oito anos de crise do euro, contra algumas dúvidas”, declarou o ainda ministro das Finanças alemão.
“Nesse sentido, é para mim um bom final, após um período de oito anos dos quais não me despeço com facilidade. Mas oito anos são o suficiente", concluiu Schäuble, que, na sequência das recentes eleições na Alemanha, vai passar a presidir ao Bundestag, o parlamento federal alemão.
Visto por muitos na Europa como rosto da ortodoxia e inflexibilidade de Berlim em matéria de finanças públicas, Schäuble, cujas posições foram particularmente duras durante a crise grega, por diversas vezes fez também reparos às opções orçamentais tomadas pelo Governo português.
Por ocasião de uma deslocação a Bruxelas em 27 de setembro passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, comentou que “é evidente para todos, todos que leem jornais, que (Schäuble) começou por exprimir desconfiança em relação a este Governo, e é claro para todos que terminou, ou terminará, o seu mandato como ministro das Finanças da Alemanha apresentando Portugal como um exemplo de como as coisas devem ser feitas”.
Além de uma discussão sobre possíveis papéis futuros do Mecanismo Europeu de Estabilidade - o fundo permanente de resgate da zona euro que muitos, entre os quais o Governo português, desejam que evolua progressivamente para um Fundo Monetário Europeu -, os ministros serão informados sobre os resultados da sexta missão de vigilância pós-programa a Portugal, realizada entre 26 de junho e 04 de julho.
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