Num texto publicado na edição ‘online’ do jornal New York Times, Krugman constata que os mercados, em todo o mundo, caíram depois de confirmada a vitória do candidato republicano e alerta que é impossível prever a recuperação.
“O desastre para a América e para o mundo tem tantas variantes que as ramificações económicas estão no fundo da minha lista de receios. Mesmo assim, creio que as pessoas querem respostas e se a pergunta é: quando é que os mercados vão recuperar, à primeira vista, a resposta é – nunca- ", escreve o prémio Nobel da Economia.
Para o economista norte-americano, é uma "má notícia" colocar um homem “irresponsável e ignorante”, assessorado pelas pessoas erradas, à frente do país com a mais importante economia do mundo.
Segundo o artigo, acresce que a situação de fragilidade em que se encontra o mundo (oito anos após uma grande crise financeira) está a piorar tudo "neste momento”.
Krugman explica igualmente que, na verdade, verificou-se a criação de empregos mas que se tratou de uma circunstância que fica a dever-se à descida da taxa de juro, manifestando dúvidas quanto à possibilidade de se concretizarem "novos impulsos", caso seja necessário.
Para Paul Krugman, o Banco Central (Federal Reserve System) e organizações congéneres nos Estados Unidos não têm muita abertura para efetuar mais cortes nas taxas e, por isso, vão encontrar mais dificuldades para responder a “acontecimentos adversos”.
“Agora, vem aí a ‘mãe de todos os efeitos adversos’ – e o que vem aí é um regime que vai mostrar-se ignorante e hostil sobre políticas económicas perante todos os esforços para fazer funcionar soluções”, afirma, acrescentando que são previsíveis problemas graves ao nível do banco central.
“Podemos esperar apoio efetivo à Reserva Federal? Nem pensar nisso. Podem mesmo apostar que a Reserva Federal vai perder independência e que vai ser atacada por vários mecanismos”, lamenta Krugman, sublinhando que a crise vai prolongar-se.
“Por isso, estamos muito provavelmente perante uma recessão global sem fim à vista. É possível que venhamos a ter alguma sorte. Mas, para a economia, tal como em tudo o resto, coisas horríveis acabaram de acontecer”, conclui.
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