O coração de Lisboa ardeu. O que aconteceu na Mouraria?

Qual é a notícia?

Um incêndio ocorreu na noite de sábado num prédio residencial na Rua do Terreirinho, no bairro da Mouraria, em Lisboa. O incidente provocou duas vítimas mortais e 14 feridos que necessitaram de assistência hospitalar.

O que aconteceu?

O fogo ardeu durante perto de quarenta minutos: o alerta foi dado às 20:37 de sábado e incêndio foi declarado extinto às 21:15, segundo o Regimento de Sapadores de Bombeiros.

O incêndio, que segundo os bombeiros começou na cozinha do rés-do-chão do edifício, afetou 25 pessoas, 24 residentes e um não residente, deixando 22 desalojados.

À chegada dos bombeiros, várias pessoas encontravam-se na rua a tentar socorrer as pessoas que estavam no edifício. Uma popular disse à SIC que tomou conta do que se tava a passar ao ouvir gritos e pessoas a bater nas paredes.

Quem foi afetado pelo incêndio?

De início, não foi revelado quem morava no prédio. No entanto, de acordo com a última atualização do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), até agora apurou-se que lá viviam dois cidadãos belgas, dois argentinos, dois portugueses, três bengalis e 15 indianos.

As duas vítimas mortais foram um menor de 14 anos, de nacionalidade indiana, e um homem de cerca de 30 anos, de nacionalidade não apurada mas oriundo do sul da Ásia, disse também a responsável.

Um português ficou também ferido mas é uma “vítima colateral”, porque não estava no prédio quando do incêndio.

E o que aconteceu aos feridos?

A grande maioria foi sujeita a inalação de fumo, necessitando de ajuda médica, mas nenhuma ficou em perigo de vida.

Duas das vítimas são crianças e foram encaminhadas para o Hospital Dona Estefânia, tendo já recebido alta hospitalar.

Os restantes, adultos, foram para os hospitais de Santa Maria e de São José e também já receberam alta.

Podem voltar para o prédio?

Não. Apesar de o incêndio ter sido apenas no rés-do-chão, o prédio ficou inabitável. As condições de segurança e habitabilidade serão avaliadas esta segunda-feira pelo serviço municipal competente, a Unidade de Intervenção Territorial Centro Histórico, da Câmara Municipal de Lisboa.

Dos desalojados, 13 estão numa unidade hoteleira de Lisboa, a cargo da Santa Casa da Misericórdia e os restantes encontraram solução por modo próprio.

E agora?

A autarquia deu garantias de que vai apoiar os visados. O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esteve no local na noite de sábado e garantiu que todos os desalojados seriam apoiados, lamentando as duas mortes.

“Toda a gente vai ter onde dormir. Os desalojados são alguns, não tenho os números mas vamos ajudar todos”, garantiu o presidente da Câmara em declarações aos jornalistas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também falou com Carlos Moedas logo na mesma noite, para se inteirar da situação, lamentando igualmente a perda de vidas.

Sabe-se o que causou o incêndio?

A diretora do SMPC, Margarida Castro, disse à agência Lusa que a Polícia Judiciária já examinou o local, para apurar as eventuais causas do incêndio e a existência ou não de indícios de crime. Ainda não foram divulgadas conclusões.

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