Da JMJ ao Rock in Rio. Qual o futuro do Parque Tejo?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, que se realizou entre 1 e 6 de agosto de 2023, juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo para uma vigília e uma missa, com a presença do Papa Francisco.

Antes disso, as obras no local fizeram correr muita tinta, principalmente no que diz respeito aos custos do altar-palco, devido ao investimento municipal inicialmente previsto de 4,2 milhões de euros e que acabou depois reduzido para 2,9 milhões de euros.

Durante a JMJ, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, disse que o estrutura seria utilizada, “no futuro, para 'shows', para tudo aquilo que sejam grandes eventos”.

Em outubro, a estrutura do palco foi desmontada e guardada, mas a pala branca ficou e foi agora visível no recinto que tem acolhido o Rock in Rio Lisboa.

No início do festival, surgiram críticas na internet, alegando que a pala servia como sombra para as casas de banho. Contudo, tal não era verdade: naquele espaço surgiu o espaço All Experience.

Ali, os festivaleiros podiam realizar uma experiência imersiva, responder a um questionário para ganhar uma pulseira do movimento All com diferentes mensagens inclusivas de apoio a causas defendidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentaveis das Nações Unidas (ONU) e ver um mural pela paz e por um mundo melhor. As casas de banho existiam perto, sim, mas já fora da pala.

Qual o futuro da pala... e do Parque Tejo?

Instalada (novamente) a discussão, Carlos Moedas voltou a manifestar-se no dia de hoje acerca do futuro daquele espaço em Lisboa e garantiu que a pala que ficou no Parque Tejo "vai ser seguramente utilizada noutros eventos", além do Rock in Rio.

“O maior evento que tivemos aqui foi o Rock in Rio e ela foi utilizada neste evento. Vai ser seguramente utilizada noutros eventos, mas os eventos têm que ser muito bem pensados, eventos que juntem as pessoas, a comunidade e a diversidade e a abertura de Lisboa, e eu quero muito isso”, afirmou.

“Vamos fazer aqui, obviamente, parte de espetáculos de iluminação, vamos trazer aqui associações, trazer aquilo que é Lisboa, os bairros de Lisboa”, disse também.

Carlos Moedas assume que “muitas vezes e mediaticamente há este centrar na pala” e desvalorizou a importância dada, lembrando que esta “é um elemento de um parque de 30 hectares – são 30 campos de futebol”. “E é um parque que está a ser vivido pelas pessoas”, salientou.

Para o autarca, “os momentos que foram vividos no Rock in Rio debaixo daquela pala, com aquilo que é pensar o futuro da Humanidade, o futuro da Paz, o futuro da Diversidade, foram momentos muito especiais e que se deve valorizar”.

O Parque Tejo, que volta a estar acessível parcialmente a partir de 15 de julho, “é sobretudo um parque verde”, lembrou Carlos Moedas, referindo que aquele espaço “vai ter equipamentos para as pessoas, equipamento desportivo, não é um parque para construir tijolo”.

“É um parque para as pessoas usufruírem, mas tem realmente uma obra de arte, que é esta pala. Que é uma obra de arte que mostra bem o que é a natureza, porque ela não é totalmente geométrica, com a ponte, com aquilo que é a água e é a natureza, e essa conjunção de fatores”, disse.

De acordo com Carlos Moedas, desde a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que “as pessoas estão a viver” o Parque Tejo.

“Ele está a ser sustentável, estamos a regar com água usada. Tudo isso era para continuar e aqui tivemos uma grande ajuda, a ajuda do Rock in Rio com as infraestruturas. Vamos agora continuar a trabalhar com arquitetos, para haver mais iluminação, para haver realmente um parque que tem vida”, referiu.

Carlos Moedas lembrou que “muitos não acreditavam” que o Parque Tejo teria vida pós-JMJ.

“Diziam que fazíamos aqui a JMJ e depois tudo ia aqui ficar abandonado. Não, isto está a viver e é cidade. Nós vamos continuar a fazer cidade com eventos, mas muito poucos. Os eventos aqui têm que ser muito marcantes. É o Rock in Rio, eventos muito específicos. Mas é sobretudo um parque para as pessoas. É isso que as pessoas nos pediam: mais cidade verde, e é isso que vamos trazer às pessoas”, afirmou.

*Com Lusa

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