Segundo a equipa de investigadores, a gruta será acessível a partir do poço mais profundo conhecido na Lua e está localizada no Mar da Tranquilidade – região feita de lava basáltica solidificada – a 400 quilómetros do sítio onde poisou o módulo de alunagem da missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969.

O poço, tal como os mais de 200 descobertos no local, foi originado pelo colapso de um tubo de lava (túnel feito de lava solidificada).

Os cientistas analisaram dados de radar da sonda LRO da agência espacial norte-americana (NASA), na órbita da Lua desde 2009, e compararam os resultados com tubos de lava na Terra.

Os dados revelam apenas a parte inicial da gruta, estimando os cientistas que tenha pelo menos 40 metros de largura e dezenas de metros de comprimento.

A maioria dos poços parece estar localizada nas antigas planícies de lava da Lua, podendo haver, de acordo com os investigadores, alguns na região do polo sul, onde a NASA pretende alunar de novo astronautas em 2026, incluindo a primeira mulher e o primeiro negro.

Apenas astronautas norte-americanos estiveram na superfície da Lua, todos homens, entre 1969 e 1972.

Cientistas admitem que crateras permanentemente sombreadas, como as que existem no polo sul, contenham gelo que poderia fornecer água líquida potável para astronautas e combustível para foguetões.

O trabalho publicado hoje na revista científica Nature Astronomy sugere que pode haver centenas de grutas na Lua e milhares de tubos de lava, que poderiam servir de abrigo natural para os astronautas, protegendo-os de raios cósmicos, da radiação solar e de minúsculos meteoros.

Rochas e outros materiais dentro destas cavidades – inalterados pelas duras condições da superfície ao longo dos tempos – também podem ajudar os cientistas a compreenderem melhor como a Lua evoluiu, especialmente no que toca à sua atividade vulcânica.