A junção dos quatro telescópios, que se localizam no Observatório Europeu do Sul (ESO), levou à criação de um “único telescópio gigante”, o maior da atualidade relativamente ao poder coletor (medição da quantidade de luz captada pelo telescópio), conseguindo medir o equivalente ao de um telescópio de 16 metros de diâmetro, lê-se na nota informativa.
Este resultado, continua o comunicado, foi possível graças à ‘coudé train’, uma componente do espetrógrafo (instrumento que decompõe a luz nas suas várias cores) Espresso, construída pela equipa portuguesa, que engloba investigadores do IA.
A ‘coudé train’ é composta por nove elementos óticos “de qualidade excecional”, que levam a luz desde os telescópios até ao espectrógrafo, com o mínimo de perdas, ao longo de um trajeto com 60 metros, acrescenta o comunicado.
O Espresso tem por objetivo procurar e detetar planetas parecidos com a Terra, capazes de suportar vida, bem como testar a estabilidade das constantes fundamentais do Universo, com recurso ao Método das Velocidades Radiais.
Este método permite detetar exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) através de pequenas variações na velocidade (radial) das estrelas.
“A equipa científica do Espresso está agora a preparar afincadamente as observações, que devem começar em outubro deste ano. É uma nova fase do projeto”, indicou o investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Nuno Cardoso Santos, referido no comunicado.
Alexandre Cabral, investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acredita que este resultado “é uma façanha para a instrumentação em astronomia a nível mundial” e “um marco para a história da instrumentação para astronomia em Portugal”.
O consórcio responsável pelo desenvolvimento e construção do Espresso é constituído por instituições académicas e científicas de Portugal, Itália, Suíça e Espanha e membros do ESO, sendo a participação portuguesa financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
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