No âmbito de uma parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), a Critical Software está a garantir a segurança de quatro astronautas que estarão, no máximo, 90 dias em órbita. Em causa está garantir o bom funcionamento do módulo de habitação International Habitat (I-Hab), da estação espacial Gateway, que espera-se estar em órbita da Lua terrestre em 2026 ou 2027.
A empresa internacional de tecnologia, foi fundada em 1998, e é especializada no desenvolvimento de soluções de software e fornecimento de serviços de engenharia orientados para a segurança. A "Critical Software, hoje em dia, é uma empresa que emprega cerca de 1200 pessoas e foca-se em quatro setores: Automóvel, linhas férreas e dispositivos médicos; Aeronautica; Espaço, defesa, sistemas e comunicações; e Energia", explicou Rodrigo Pascoal, Gestor de Desenvolvimento de Negócio na Critical Software, ao SAPO24.
Atualmente, em parceria com a ESA, surge o projeto da estação espacial Gateway, do qual o módulo I-Hab faz parte. Este módulo estará em órbita e servirá de apoio à Artemis Base Camp na Lua, projeto que resulta de uma parceria entre a NASA, a ESA e a JAXA (Agência Espacial Japonesa). Devido à sua órbita elíptica, a estação espacial Gateway estará perto da Lua e da Terra, com a particularidade de facilitar a passagem de astronautas e de matérias essenciais. Servirá ainda de base para futuras missões, uma vez que ficará à distância de cinco dias da Terra.
No exterior da estação, "o I-Hab é um módulo habitacional que está desenhado para uma equipa de quatro pessoas", explicou Rodrigo Pascoal ao SAPO24. Este I-Hab vai incluir pontos de conexão para o braço robótico do Gateway que, por sua vez, vai permitir a exploração da superfície da lua à distância.
"A nossa função nesta altura é garantir, por um lado que o software no I-Hab é construído como deve ser, que obedece às boas práticas, por outro lado validar que faz o que deve fazer, ou seja, não precisa só de estar bem construído, mas é preciso que ele sirva o seu propósito. Em específico, a equipa do Reino Unido faz a verificação e validação, quer do software de funções aplicacionais, mas também dos componentes da aviónica e do sistema operativo", confirmou ao SAPO24 Rodrigo Pascoal.
Assim sendo, para Rodrigo Pascoal, "nós sendo responsáveis por garantir que todas estas peças feitas por entidades diferentes fazem o que devem fazer, que interagem como devem interagir, somos uma parte do garante da segurança. Em comunicado enviado às redações, a Critical Software afirma que este é "um voto de confiança por parte da ESA, com quem também já desenvolvemos o guia do Independent Software Validation and Verification (ISVV)”, o "handbook" (guia em tradução livre) que garante que um produto, sistema ou serviço tem os requisitos e as especificações mínimas para o seu propósito.
*Pesquisa, entrevista e texto pelo jornalista David Pacheco. Editado pelo jornalista Ana Maria Pimentel
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