“Posso confirmar que abrimos um inquérito sobre uma suspeita de atividade de serviços de informações estrangeiros”, disse um porta-voz do ministério público federal, citado pela agência francesa AFP, quando questionado sobre acusações apresentadas no início desta semana pelo Governo alemão contra os serviços secretos russos relativamente a ataques de “phishing” visando deputados alemães.
Uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão criticou então severamente tentativas russas de influenciar as eleições legislativas de 26 de setembro próximo, na sequência das quais a chanceler alemã, Angela Merkel, abandonará o poder após 16 anos no cargo.
As autoridades alemãs apontaram o dedo aos erviços secretos militares russos (GRU), responsáveis, sustentaram, pelos ataques visando particularmente os conservadores do Governo (CDU e CSU) e os seus parceiros de coligação, o Partido Social-Democrata (SPD).
Durante meses, piratas informáticos da “Operação Ghostwriter”, orquestrada pelo GRU, tentaram aceder às contas de e-mail privadas de deputados nacionais e regionais, conseguindo piratear algumas. Um caso revelado pela revista Der Spiegel em março.
Os ‘hackers’ terão imitado os endereços de e-mail de pessoas em quem os deputados confiavam para melhor conseguir enganá-los, com o objetivo de obter acesso ilimitado à respetiva correspondência e espiar os principais decisores do país.
Na Alemanha, os casos de espionagem em que é apontada responsabilidade ao Kremlin já se registam há muitos anos e surgem apesar da política de diálogo e cooperação com Moscovo que Angela Merkel tem seguido, contra tudo e contra todos, durante os seus anos na chefia do Governo, mesmo que isso tenha envenenado as relações entre a Alemanha e os Estados Unidos.
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