José Bártolo sustenta a afirmação com o investimento e o “amplo programa” da bienal, que se estende até 08 de dezembro.
“Na véspera de se iniciar a 1.ª edição da Porto Design Biennal, eu creio que conseguimos fazer já uma avaliação que nos permite -- que me permite, como curador-geral desta Biennal -- afirmar que este será o evento mais importante na área da cultura do design realizado em Portugal”, assumiu hoje o curador-geral, José Bártolo, em conferência de imprensa que decorreu na Galeria Municipal do Porto.
Em declarações à agência Lusa, José Bártolo explicou que considera esta bienal o “maior evento de ‘design’ do país”, porque envolve um orçamento total que “ultrapassa 1,7 milhões de euros”, com 1,4 milhões de investimento direto das Câmaras do Porto (860 mil euros) e de Matosinhos (549 mil euros), e porque tem um “programa bastante amplo e estendido no tempo”, que abre no dia 19 de setembro e se estende até 08 de dezembro.
O evento, cuja organização conta com o apoio das autarquias do Porto e de Matosinhos, e que tem como tema orientador as “tensões do novo milénio”, arranca esta quinta-feira, às 15:00, na Casa do Design de Matosinhos, com a inauguração da exposição "Frontiere – Expressões de Design Contemporâneo", “que pertence ao território Itália e é a exposição à partida mais emblemática do programa do país convidado”.
À noite, pelas 22:00, a Biennal inaugura no Porto a exposição “Millennials – Design do Novo Milénio”, na Galeria Municipal, disse José Bártolo.
Na exposição “Frontiere”, cuja curadoria ficou a cargo de Maria Milano e Lúcio Magri, e que fica patente em Matosinhos até dia 08 de dezembro, são apresentadas histórias de ‘designers’, empresas, escolas e associações que descobrem novas dimensões na abordagem do design, novas realidades de comunicação, distribuição, "uso e reuso do atual sistema social".
A exposição "Millennials – Design do Novo Milénio”, com curadoria de José Bártolo, considerou as primeiras duas décadas do atual milénio, foi pensada a partir de um mapa, onde se tentou ensaiar o mapeamento do campo do ‘design’ de comunicação orientado, focando-se nas intenções (motivações, valores, etc.), nos processos (método, autoria), e nas formas de materialização dos projetos.
“Portugal Industrial – Ligações entre o Design e a Indústria”, com curadoria de Megan Dinius e Michel Charlot, é outra exposição que José Bártolo destacou, na Porto Design Biennal.
A exposição onde é trabalhada a relação entre o “design português e a indústria nacional” é inaugurada na sexta-feira, dia 20, na Mota Galiza.
Também na sexta-feira, é inaugurada na Casa da Arquitetura, em Matosinhos, a mostra “Que Força é Essa – Protesto e Participação Democrática em Portugal: cartazes artesanais do arquivo Ephemera”, onde se vai mostrar cartazes de anos recentes em “manifestações em Portugal”, acrescentou José Bártolo, estimando que o certame recebe “aproximadamente mais de 100 mil visitantes”.
O evento vai ter “10 exposições, conferências, 'workshops' e uma instalação no espaço público, contou com a participação de cerca de 200 ‘designers’ e cerca de 20 curadores", especificou o curador-geral.
A Porto Design Biennal, que termina no dia 08 de dezembro, vai contar ainda com o “Projeto Escolas”, liderado por Francisco Providência, em que participam 35 escolas onde se ensina ‘design’ em Portugal.
“O projeto visa tornar-se um espaço experimental de reflexão e inovação em diversas áreas do design”, e “convida a comunidade académica à reflexão através de projetos concretos” para criar novas oportunidades para o design e novas soluções para problemas antigos”, explica Francisco Providência.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou hoje que a Porto Design Biennal, um projeto alicerçado no Porto e Matosinhos, mas que não se limita àquelas duas autarquias, vem consolidar “a presença do território cultural comum no panorama internacional de design”.
A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, acrescentou, por seu turno, que o ‘design’ faz parte do plano estratégico da região”. “Estamos a trabalhar para projetar as nossas cidades e a região para competir a nível internacional”.
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