Os protocolos que definem as doações foram hoje assinados na Casa de Serralves por Ana Pinho e pelos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira, que coassinou, com Siza, vários projetos na Ásia.
Os 100 desenhos “passarão a integrar a coleção de Serralves”, enquanto a coleção de 7.000 fotografias que “registam a evolução da sua obra e documentam projetos e construções, enriquecerá o Arquivo Álvaro Siza, anteriormente doado a Serralves”, refere o comunicado da fundação.
No ato foram também assinados dois protocolos que “formalizam o depósito em Serralves de 50 novas maquetes de projetos de obras construídas na Ásia, assinadas em parceria por Álvaro Siza e Carlos Castanheira, de 128 esquissos originais de projetos asiáticos e o depósito de mais de 90 objetos também com valor documental”, acrescenta o documento.
Ana Pinho, na sua intervenção hoje, explicou a assinatura de um outro acordo para o “alargamento do prazo de depósito, passando dos cinco anos inicialmente previstos para 25 anos, do arquivo constituído pelos projetos assinados conjuntamente pelos dois arquitetos, que já se encontrava depositado em Serralves desde janeiro de 2020”.
Álvaro Siza sublinhou a importância dos acordos assinados e de uma coleção “que ficará disponível para curiosos, arquitetos e estudantes”, acrescentando tratar-se de algo “importante não só para a arquitetura como para todas as artes, pois existem afinidades com quase todas”.
A 23 de julho de 2014, Siza Vieira anunciou a decisão relativa ao seu acervo, tendo optado por doar uma parte a duas instituições portuguesas, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação de Serralves, e outra ao Centro Canadiano de Arquitetura.
Quase um ano depois, a 08 de julho, arquiteto formalizou a doação de 40 projetos à Fundação de Serralves, deixando aberta a possibilidade de doações adicionais àquela instituição.
A 30 de janeiro de 2020 ficou a saber-se que a exposição “Orient Express – Viagem de Retorno”, com maquetes de obras da dupla de arquitetos Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira, na Ásia, que esteve patente, dias depois no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, ficaria, após a mostra, depositada na fundação.
A cerimónia de hoje decorreu na renovada Casa de Serralves, cujas obras tiveram início em setembro de 2020, num investimento de 1,625 milhões de euros, apoiados em 60% pela Câmara do Porto.
Para além de passar a ter condições para acolher visitantes com mobilidade reduzida, o projeto envolveu a recuperação e renovação de estruturas e revestimentos que permitem acolher exposições como as da Coleção Miró, propriedade do Estado Português, à guarda do município do Porto e em depósito em Serralves, lê-se no comunicado.
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