A Soalheiro, que se apresenta como "primeira marca de vinho alvarinho de Melgaço", no Alto Minho, tem vários projetos em curso, incluindo a ampliação das suas instalações, uma obra de "um milhão de euros que deverá ficar pronta a tempo da próxima vindima", segundo Maria João Cerdeira, que é gestora e coordena a viticultura desta casa.
"Vamos ter quatro salas de provas", disse à agência Lusa a responsável, no âmbito de uma visita à região promovida pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).
A visita levou os jornalistas à Quinta das Arcas, em Valongo, ao Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde (CVRVV), em Ponte de Lima, à Quinta de Soalheiro, ao histórico Palácio da Brejoeira, em Monção, e à Quinta da Aveleda, em Penafiel.
O enoturismo está "em crescendo" na Soalheiro, produtor que em 2018 recebeu dois mil visitantes e tem "quatro pessoas alocadas a esta área", referiu Maria João Cerdeira, explicando que a empresa oferece programas com "tudo o que o vinho envolve", como provas e visitas às vinhas respetivas.
Com 16 vinhos já no mercado e um crescimento anual de 30%, a empresa planeia agora produzir vinho na Branda da Aveleira, em Melgaço, às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a mais de 1.100 metros de altitude.
"A ideia é experimentar a elasticidade da casta alvarinho (presente em todos dos vinhos Soalheiro). É muito desafiante", afirmou Maria João Cerdeira, explicando que os trabalhos estão em curso e abrangem 2,5 hectares de uma das mais conhecidas brandas do Alto Minho, que eram as residências de verão dos pastores locais.
Mais a sul, às portas do Porto, os responsáveis da Quinta das Arcas anunciaram que vão também lançar-se no enoturismo com o aproveitamento de uma "velha típica casa de lavoura da região", adiantou António Monteiro, que tem o pelouro das exportações desta empresa.
A Quinta das Arcas produz cerca de dois milhões de garrafas por ano, possui uma sala de provas, "está aberta a caminhadas organizadas" e planeia lançar-se no enoturismo com a transformação de uma "velha e típica casa de lavoura" local, num espaço com "restauração e museu", informou António Monteiro, responsável pela exportação.
A empresa quer "oferecer algo inovador e que seja uma mais-valia" para si e por isso ainda não tem o conceito e o investimento definidos para esse projeto, mas, por outro lado, decidiu já avançar com "um comboio turístico de uma a três composições", rebocado por um jipe, para passeios na sua quinta.
Não muito longe dali, em Penafiel, a conhecida Quinta da Aveleda "quer apostar cada vez mais em fazer crescer o valor da sua oferta turística" e, segundo diretora do Enoturismo, Paula Sousa, "acredita que pode potenciar "os seus jardins", que para muitos visitantes são como que o aperitivo para os vinhos verdes que ali se produzem.
Os jardins da Aveleda ocupam uma área de "oito hectares", fazem parte da Associação Portuguesa dos Jardins Históricos e entre os seus trunfos contam-se "90 espécies de camélias" distribuídas por uma longa "avenida", disse a mesma responsável.
"Há muito potencial turístico" nesta quinta, que em 2020 faz 150 anos, resumiu Paula Sousa.
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