O responsável pela programação, António Vassalo Lourenço, destacou a renovação que o festival tem feito nos últimos anos, e que se aprofunda em 2019, sempre com "a preocupação de não fazer uma mudança radical" numa programação pautada, por norma, pela "música chamada clássica".
"Este festival criou o seu espaço na área clássica durante muitos anos. É necessário, a certa altura, olhar com uma perspetiva diferente para estas lógicas de programação", disse o diretor artístico hoje, na apresentação da edição mais abrangente de sempre: 15 datas em dez municípios do distrito de Leiria.
A mudança na oferta visa "não perder o que temos e ir aos poucos renovando, para seguir outro caminho", porque "hoje as formas de expressão musical são inúmeras".
Daí que o festival organizado pelo Orfeão de Leiria apresente concertos de repertório e formação clássica, mas também siga por outros caminhos, com o "desconcerto teatral" PaGaGnini, o quarteto Danças Ocultas e a proposta mais jazzística de Cláudia Franco e chorinho-bossa de Paulo Bernardino & Augusto Baschera, que vão tocar debaixo de terra, nas Grutas de Mira de Aire.
"Acho que estamos a conseguir fazer essa renovação", sublinhou o maestro, desejando que, nesta edição, "a adesão do público (...) dê razão [às suas opções], mais uma vez".
Para o presidente do Orfeão de Leiria, o crescimento do festival surge com um objetivo: "O alargamento de público", sublinhou Acácio de Sousa.
"É isso que temos vindo a fazer, não só a nível geográfico, como etário, como em termos de gosto. Um festival não pode ficar parado, tem de abrir as portas a outras estéticas, sem perder a sua matriz. Quando isso se faz, a captação de público consegue-se".
Aspeto relevante em 2019 é a maior presença internacional, com o convite ao brasileiro Ivan Lins e aos coletivos PaGaGnini e Plataforma Displaced, que chegam de Espanha, além da presença da Glenn Miller Orchestra, que faz o pré-lançamento do festival, num concerto no dia 15 de março, no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS).
A abertura oficial é no dia 23 de março, com Mário Laginha e Pedro Burmester, num programa para dois pianos no TJLS, em que constam obras de Piazzola, Chopin, Debussy, Ravel e do próprio Mário Laginha.
A 29 de março, o WindDidaticQuintet leva concertos didáticos a Ansião e Pedrógão Grande, regressando ao norte do distrito de Leiria no dia 05 de abril, para atuações em Alvaiázere e Figueiró dos Vinhos.
De Espanha chega ao TJLS, no dia 30 de março, o espetáculo de PaGaGnini, que junta música e humor.
No dia seguinte, 31 de março, o palco do TJLS recebe a Plataforma Displaced, também de Espanha. Com a convidada Eva Manzano, a estrutura estreia em Leiria o espetáculo de dança "Iberofonía".
André Gaio Pereira (violino), vencedor do Prémio Jovens Músicos RTP-Antena 2, em 2017, toca com Francisco Sassetti (piano), no Solar dos Ataídes, em Leiria, no dia 03 de abril.
A 05 de abril, Luís Figueiredo apresenta "Kronos/Penélope", no Teatro-Cine de Pombal e, a 06 de abril, Danças Ocultas interpretam o novo disco "Dentro desse mar" ao Auditório Paroquial da Batalha.
A Orquestra Sinfónica de Leiria atua no dia 07 de abril na Igreja de São Francisco, em Leiria.
Novidade em 2019 serão dois concertos nas Grutas de Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, onde se apresentam, a 12 de abril, a cantora Cláudia Franco, que estreia o novo disco "Praia verde", e a dupla Paulo Bernardino (clarinete) e Augusto Baschera (violão), com "Êxodo".
O trio Petit Gatô sobe ao palco da Casa da Cultura - Teatro Stephens, na Marinha Grande, a 13 de abril, e a Orquestra do Estágio de Sopros de Leiria apresenta-se no TJLS, a 14 de abril.
Também por Leiria, o Trio Pangea leva "Viagens nas nossas terras" ao Teatro Miguel Franco, no dia 17 de abril.
A fechar o festival, o brasileiro Ivan Lins atua no TJLS com a cantora Ana Laíns, a Orquestra Filarmonia das Beiras e o Coro do Orfeão de Leiria, no dia 25 de abril.
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