Ezequiel Alabaça, fã de LEGO desde pequeno, trabalha em Engenharia de Software, em Alenquer, e em conjunto com as filhas de 12 e 13 anos e a ajuda do filho mais novo, de 5 anos, construiu um pedaço da vida lisboeta: o Elétrico 28.
O engenheiro de 43 anos decidiu concorrer à LEGO Ideas, que permite que a maquete mais votada pelos fãs seja eleita como "conjunto oficial". Qualquer fã de LEGO pode submeter a sua criação, cabendo à marca decidir incluir ou não a sua ideia na gama da marca.
O projeto chegou à plataforma da LEGO em fevereiro e, neste momento, já atingiu o número de votos necessários para ser avaliado pela LEGO. O objetivo mínimo para que o trabalho da família Alabaça, LISBOA TRAM, pudesse ser avaliado pela LEGO estava fixado nos 10 mil.
Ezequiel Alabaça, em entrevista ao SAPO24, revela que a cobertura e consequente exposição feita pelos meios de comunicação social foi um fator importante na divulgação do projeto: "Tive votos todos os dias, para muito contribuíram as redes sociais, mas assim que o projeto entrou nos média as coisas melhoraram substancialmente”.
De olhos postos noutras ideias, o engenheiro acrescentou que agora as expectativas não podem estar no mesmo patamar que o projeto do Elétrico. “Tenho de digerir tudo isto primeiro. Foi o meu primeiro projeto submetido e atingi os 10 mil em pouco mais de 3 meses, o que não quer dizer que no próximo volte a acontecer", aponta.
Para Ezequiel, esta vitória é importante pelo impacto criado na comunidade LEGO, mas não tanto em termos de facilidade em propor um segundo projeto junto da empresa. "Ter um projeto em estado de revisão não me traz nenhum benefício se eu quiser propor outro, é mais um feedback exterior da comunidade. Recebi imensas mensagens de estrangeiros que se identificaram com Lisboa, até recebi selfies que muitos tiraram no Elétrico", aponta.
O trabalho desenvolvido é composto por duas partes: o Elétrico 28 e o pavimento que recria a calçada portuguesa. Ao todo são cerca de 2.150 peças. Para além disso, vêm também incluídas sete mini figuras e, entre elas, há um carteirista.
A construção de realidades por meio de legos já se vai tornando num hábito de família. Ezequiel constrói, com os filhos, cenários originais com objetos feitos com peças LEGO. Por vezes criam uma narrativa e dão vida a estas histórias com recurso à técnica do stop motion, ou seja, "animações feitas a partir de uma fotografia”, explica o autor.
Na prática, a técnica do stop motion consiste na disposição sequencial de imagens diferentes de um mesmo objeto para simular movimento. Na parte final deste processo, Ezequiel e as filhas mais velhas juntam as fotografias todas que, na prática, funcionam como os frames dos vídeos e avançam para a pós-produção, a fim de lhes “adicionar efeitos sonoros e visuais”, conta.
Num concurso de animações anterior decidiram, por exemplo, contar a historia de um jogador de futebol que se deslocava de autocarro para os treinos. Algumas das suas animações foram inclusivamente exibidas na RTP2, no programa "A Fé dos Homens", onde contaram umas das “Super Histórias da Bíblia”, por altura da Páscoa.
Comentários