“O prémio, atribuído de dois em dois anos e com um valor pecuniário de 7.500 euros, contempla a modalidade de poesia e destina-se a autores de língua portuguesa, sendo admitidas a concurso obras editadas em livro e cuja primeira edição tenha ocorrido durante os dois anos civis anteriores àquele a que se refere o concurso”, refere a editora do escritor, em comunicado.
O Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda foi instituído pela Câmara Municipal de Amares em parceria com o Centro de Estudos Mirandinos.
O livro "Introdução à Pintura Rupestre" foi publicado em 2021 pela Assírio & Alvim, do grupo Porto Editora, tendo já sido distinguido com o Prémio D. Diniz da Fundação Casa de Mateus, em 2022.
“Composto por poemas evocativos de memórias pessoais, não raramente através de imagens impressivas e de versos pautados por uma notável sensibilidade, os poemas do livro não deixam, em igual medida, de ser uma profunda revisitação da nossa memória coletiva enquanto povo”, lê-se no comunicado da Porto Editora, citando a avaliação do júri.
O júri, composto por Sérgio Guimarães de Sousa (diretor do Centro de Estudos Mirandinos e professor da Universidade do Minho), Isabel Morán Cabanas (professora da Universidade de Santiago de Compostela) e Anabela de Figueiredo Costa (diretora da Biblioteca Municipal Francisco de Sá de Miranda) diz tratar-se de um “livro de grande maturidade literária”.
“'Introdução à Pintura Rupestre' afirma-se, em versos ora densos, ora pautados por uma simplicidade tocante, como um questionamento implícito da condição humana, norteado por um olhar inocente, embora longe de ingénuo, que só a memória da infância transmite na sua pureza primordial”, elogia o júri.
O livro de poesia de José Tolentino Mendonça, “Introdução à Pintura Rupestre”, conta com 19 poemas, alguns remetendo para a sua infância, e retoma o texto “A Quem Deixas o Teu Oiro”.
O autor, sacerdote católico, atual responsável pelo Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, depois de ter sido também o responsável máximo pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo do Vaticano, dedica “Introdução à Pintura Rupestre” a sua mãe.
O percurso na Igreja Católica parece surgir em paralelo com os passos na poesia.
José Tolentino Mendonça, elevado a cardeal pelo papa Francisco em 2019, editou o primeiro livro de poemas, “Os Dias Contados”, no ano em que foi ordenado sacerdote, em 1990.
Nascido no Machico, na Ilha da Madeira, Tolentino Mendonça tem publicados cerca de 45 títulos, maioritariamente de poesia, mas também ensaio, teatro e teologia.
Como escritor, recebeu vários prémios, designadamente Cidade de Lisboa de Poesia (1998), P.E.N. Clube Português/Ensaio (2005), o Prémio Literário da Fundação Inês de Castro (2009), Res Magnae (2015), o Grande Prémio de Crónica da Associção Portuguesa de Escritores (2016) e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes (2016), assim como os prémios Capri-San Michele (2017), "Uma vida por... paixão!" do jornal italiano Avvenire (2018), Cassidorio il Grande (2020) e o Prémio Universidade de Coimbra (2021).
Em 2020 foi distinguido com o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva.
O sacerdote e escritor foi também agraciado pelo Estado Português com duas comendas, da ordem do Infante, em 2001, e da de Sant’Iago da Espada, em 2015.
A Região Autónoma da Madeira atribuiu-lhe, em 2019, a Medalha de Mérito da Madeira.
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