"Queremos fazer bem, se calhar meter mais um ou dois palcos, mas depois as pessoas ficam com a sensação de querer ver tudo e perder isto ou aquilo. Tem que estar equilibrado, porque isto não é o Sudoeste, é mesmo para pessoas que têm a cabeça aberta e querem ouvir coisas novas", sublinhou o empresário.
Marcado para os dias 25 e 26, o Mexefest terá concertos a acontecer em simultâneo em várias salas, no eixo entre a avenida da Liberdade e a baixa lisboeta, convidando os espetadores a "petiscar um bocadinho de cada música" e a conhecer Lisboa.
No total, serão cerca de 50 artistas a repartirem-se por uma dezena de espaços, de várias dimensões e características, como a Sociedade Portuguesa de Geografia, a Estação Ferroviária do Rossio, o Coliseu dos Recreios, o cinema São Jorge, o Teatro Tivoli e, pela primeira vez, o Teatro Capitólio, agora renovado, e que reabre oficialmente com o Mexefest.
Há várias estreias a assinalar no cartaz, como o norte-americano Gallant, a cantora britânica NAO e o músico Chris Baio, baixista dos Vampire Weekend. Haverá ainda concertos dos Digable Planets, Kevin Morby, Howie Gelb, Jagwar Ma, Whitney e TaxiWars.
Destaca-se uma forte presença de música portuguesa e lusófona, com nomes como Señoritas, Lula Pena, Branko, Bruno Pernadas, Octa Push, Golden Slumbers, Fábia Rebordão, Mayra Andrade, Toty Sa'Med, Elza Soares, Céu e Mallu Magalhães.
Entre as novidades, o Mexefest contará com dois concertos surpresa, cujos artistas, local e hora de atuação só serão revelados no próprio dia. Serão ao ar livre e de entrada gratuita.
"O Mexefest tem esta particularidade, além de dar a conhecer música nova, mostra sítios de Lisboa. Há muita gente que é de Lisboa que não conhece a Sociedade Portuguesa de Geografia, nunca lá foi (...) E depois os artistas ficam maravilhados com a tranquilidade que se vive na cidade, com a beleza dos edifícios e com a boa onda das pessoas", sublinhou Luís Montez.
Para o promotor, o sucesso deste festival, em particular, mede-se pela "quantidade de artistas que passam por lá e que mais tarde enchem salas maiores, mostram que valeu a pena aquele empurrão. O esgotar não quer dizer que tenha sucesso; é ter bons concertos".
O ideal, para Luís Montez, era ter a Avenida da Liberdade cheia de gente e começar a haver uma programação paralela: "Malta que não faz parte do festival e estar na rua a tocar, malta que não foi escolhida, mas que monta as coisas e vai-se ‘colar’ e as pessoas, já que estão na rua, também os veem".
Se na primeira edição, o mais difícil foi fazer com que as pessoas acreditassem no conceito, hoje Luís Montez fala em alguns excessos na cidade.
"Há muita hotelaria e isto complica com a lei do ruído; qualquer dia não podemos bater palmas porque ao lado está um hotel. Temos muito turismo, mas também temos de ter oferta cultural, e conciliar não está fácil. É bom, os valores da economia mostram que o turismo nos tem salvado, mas temos de ter conta, peso e medida", disse.
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