“Deixo um apelo a todas as pessoas, cidadãos, que continuemos todos, na medida que conseguirmos, a ir ao teatro, ao cinema, a um espetáculo de música, a uma biblioteca”, afirmou hoje Graça Fonseca, no parlamento, lembrando que “Portugal é um dos poucos países da Europa que mantém equipamentos culturais abertos”.
Na intervenção final numa audição conjunta das comissões parlamentares de Cultura e Comunicação e de Orçamento e Finanças, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021, Graça Fonseca destacou que “os profissionais da Cultura têm sido extraordinários” na adaptação às medidas aprovadas pelo Governo para tentar conter a pandemia da covid-19.
A ministra salientou que, “no espaço de 24 horas, centenas de salas anteciparam horários e não encerraram”, em referência à limitação de horários de funcionamento, até às 22:30, para os equipamentos culturais, iniciada há uma semana, e ao recolher obrigatório, a partir de hoje e até 23 de novembro, entre as 23:00 e as 05:00, nos dias de semana, nos 121 municípios mais afetados pela pandemia.
“Devemos, como cidadãos, dar resposta a este esforço de todos. É isso que também vai ajudar cada uma das pessoas que estão lá fora a manifestar-se”, afirmou a ministra, numa referência à concentração, convocada para a porta do Parlamento.
Hoje à tarde, enquanto a ministra da Cultura era ouvida dentro da Assembleia da República, no exterior, cerca de uma centena de profissionais da cultura protestavam contra a falta de apoios, e exigiam 1% do Orçamento do Estado para o setor.
Graça Fonseca salientou que “todos os que fazem o dia-a-dia da cultura, que são profissionais deste setor”, estão “a viver dias particularmente difíceis”.
“É a pensar em cada um deles que temos feito trabalho ao longo dos últimos meses. O que temos feito é a pensar em cada um deles. Não será tudo perfeito, mas alguém acharia possível que nas condições que estamos a viver tudo fosse perfeito?”, questionou.
A ministra, salientando que este está a ser “um ano absolutamente inédito na História contemporânea”, alertou para consequências da crise sanitária: “O que aconteceu vai ter uma profunda dor em muitos setores em Portugal”, afirmou. E pediu responsabilidade de todos perante “um ano de 2021 muito difícil”.
“Tudo faremos em 2021, quer com este Orçamento do Estado, com o trabalho com outras áreas do Governo e com a cooperação de todas as entidades para que todas as pessoas do setor resistam a uma crise sem precedentes”, afirmou.
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