A informação foi divulgada hoje pelos promotores do projeto, que envolve a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e o município.
Segundo a apresentação do projeto feita em junho do ano passado, o novo museu nacional funcionará dentro de uma caixa-forte com alta segurança, dentro do edifício então acabado, mas totalmente separado das duas torres laterais, criadas para aumentar as acessibilidades do Palácio da Ajuda.
O Museu do Tesouro Real, por várias vezes adiado, tinha abertura prevista para novembro de 2021, na nova ala do Palácio Nacional da Ajuda, mas foi adiada para este ano “após o termo do período eleitoral”.
A partir do próximo mês, passará, então, a ser possível visitar os 11 núcleos da exposição, que integra peças como ouro e diamantes do Brasil, moedas e medalhas reais, joias de antigas coleções da família real, objetos de prata lavrada, que inclui salvas e pratas quinhentistas, antigas coleções particulares do rei Fernando II, ou alfaias litúrgicas e paramentos usados nos cerimoniais religiosos.
"Após mais de dois séculos do lançamento da primeira pedra, em novembro de 1795, pelo príncipe regente, D. João, e depois de várias vicissitudes na história trágica da construção do palácio, finalmente deu-se a coincidência de um grupo de personalidades ter tido a coragem de acabar com a maldição que sobre ele se abatia", comentou, na altura da inauguração da nova ala, o arquiteto João Carlos Santos, responsável pelo projeto e atual diretor-geral do Património Cultural.
A morte do monarca, as invasões francesas, incêndios, derrocadas e, por último, em décadas recentes, a falta de consenso em relação ao desenho do projeto, viriam a adiar sucessivamente esta empreitada que possui uma área bruta de 12 mil metros quadrados e usou 200 toneladas de pedra de lioz em reconstrução de fachadas.
O novo edifício, na ala poente do palácio, possui uma estrutura em vidro com lâminas verticais, que deixa entrar a luz no interior, e acolhe, no terceiro e no quarto pisos, uma caixa-forte com 40 metros de cumprimento, dez de largura e dez de altura que irá receber, em 72 vitrinas repartidas por 11 núcleos, o acervo do museu, "uma coleção de valor incalculável, considerada uma das mais valiosas do mundo, e que nunca foi exposta na totalidade", disse João Carlos Santos.
Em 2016, na sequência da criação de uma parceria entre o Ministério da Cultura, através da DGPC, a Câmara Municipal de Lisboa, e a ATL, o projeto foi relançado, alocando parte das verbas do fundo de desenvolvimento turístico da capital, para avançar com o projeto, que veio a custar cerca de 31 milhões de euros.
O primeiro-ministro, António Costa, referiu, na altura, que o “grosso do investimento” tinha vindo das “taxas e taxinhas” do turismo em Lisboa.
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