De acordo com o Conselho de Administração daquele teatro, num comunicado enviado hoje à agência Lusa, “a complexidade de uma obra desta envergadura, num edifício histórico classificado como monumento nacional, acarreta o risco de ocorrência de imprevistos e trabalhos complementares, pelo que se estima agora a reabertura do Teatro ao público no início de 2026”.
O edifício, situado na Praça D. Pedro IV, mas conhecida como Rossio, está a ser alvo de “uma profunda intervenção, que envolve a renovação e o restauro de várias áreas do edifício, incluindo espaços públicos, técnicos e de bastidores”.
O TNDMII encerrou no início de 2023 para obras de requalificação, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Inicialmente previa-se que reabrisse um ano depois. Mas, em novembro de 2023, a data de reabertura era adiada para o início de 2025.
“Tendo em consideração que o prazo inicial de 12 meses teve de ser estendido, pela complexidade da obra, para 16 meses, leva-nos a que a data previsível para o final da obra seja outubro de 2024, prevendo-se que o teatro possa reabrir em janeiro de 2025 ao público, já totalmente remodelado e com a sua programação definida”, disse aos jornalistas o administrador do teatro, Rui Catarino, em 23 de novembro de 2023, em Faro.
O Teatro Nacional D. Maria II está, desde o encerramento, a desenvolver o programa “Odisseia Nacional” em parceria com concelhos de todas as regiões de Portugal continental e ilhas.
No comunicado hoje enviado à Lusa, o teatro refere que intensificou a sua atividade, apesar de o edifício estar encerrado, “com a apresentação de espetáculos, projetos de participação, iniciativas para o público escolar, eventos de pensamento, lançamentos de livros, ações de formação e uma exposição, em todas as regiões do país, assumindo um papel de agente de coesão territorial pela cultura”.
Com o adiamento da reabertura, no próximo ano o D. Maria II “continuará a manter a sua atividade cultural em todo o país e também em Lisboa, com uma programação regular, que será anunciada em novembro deste ano”.
A Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR agravou “para preocupante” a execução na área do Património Cultural, num relatório publicado na quarta-feira.
Na área do Património Cultural há sublinhados a vermelho na “apreciação preocupante”, com admissão de possível prorrogação de prazos, como acontece com o TNDMII.
Do conjunto de 76 investimentos previstos neste segmento da área da Cultura do PRR, que dispõe de um valor global de 214,1 milhões de euros a executar até ao final do primeiro trimestre de 2026, mais de metade encontra-se ainda em fase de projeto ou de concurso, anterior ao início de obras. Neste segmento, apenas estão concluídas as medidas do programa Saber Fazer, dedicado à preservação e reconhecimento da produção artesanal portuguesa.
O investimento na área do Património Cultural prevê intervenções em 73 museus, monumentos e palácios, no valor de 165,8 milhões de euros, em dois teatros nacionais – S. Carlos e D. Maria – e no Teatro Camões, num total de 48,3 milhões, perfazendo 214,1 milhões de euros para 76 intervenções.
O Teatro Nacional de São Carlos encerra para obras no final deste mês e o Teatro Camões, encerrado desde julho do ano passado, reabre ao público em outubro.
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